Fonte local, reporta circular a informação na capital de Cabo Delgado, Pemba, do desembarque de 69 pessoas de nacionalidade somaliana. O mesmo terá acontecido na madrugada do 1º de Dezembro, na Praia da Maringanha. A mesma fonte, credível, adianta ainda que antes das 08h, viu 15 a serem levados para a 3ª Esquadra de Polícia da Praia do Wimbe, em plena Marginal.
Este grupo de 15 era composto apenas por homens, pelo que desde sábado apenas se conseguiu confirmar serem todos homens estes 69 “náufragos”, o que para já também confirma o desembarque. Adensam-se as dúvidas sobre o paradeiro dos restantes, já que apenas o grupo dos 15 avistados Sábado bem cedo, estão detidos.
De notar que este grupo avistado a ser dirigido para 3ª Esquadra, apresentava-se “em muito mau estado”, de acordo com a nossa testemunha. Aqui deverá acrescentar-se também a possibilidade deste “muito mau estado” se dever à pancada que certamente apanharam no mar, em tempestade registada nessa mesma madrugada.
A hipótese de se tratar de um genuíno grupo de refugiados é baixa, face à hipótese de se tratar de grupo de migrantes a “darem o salto” desde a Somália até à África do Sul os quais foram apanhados na tormenta, tendo Pemba, com a 3ª maior Baía do Mundo, servido de porto de abrigo de último recurso, se é que haveriam outros!
A hipótese de se tratar de um grupo de migrantes ganha ainda mais sentido, se conjugado com o facto de Cabo Delgado ser a porta de entrada em Moçambique, da Rota que começa precisamente na Somália e vai, África Oriental abaixo, até à África do Sul.
Também de salientar que há um histórico de algumas embarcações já terem, de quando em vez, dado à costa em Cabo Delgado, com nacionais sobretudo tanzanianos e somalianos, replicando por mar, a referida rota terrestre.
Mais a sul, em Maratane, próximo da cidade de Nampula, existe um Centro de Acolhimento de Refugiados, cujos mais de 8.000 cidadãos de diversas nacionalidades que compõe essa pequena Babel na Província e Cidade de Nampula, confundem-se entre refugiados genuínos, maioritariamente da região dos Grandes Lagos em fuga de perseguições políticas e religiosas, com migrantes oriundos sobretudo da Somália, como referido e, com bandidagem de todo o tipo. Uma bomba-relógio, este Centro de Refugiados.
Seguimos a par e passo a evolução/confirmação desta notícia, bem como de um esclarecimento cabal sobre se se tratam de genuínos refugiados, ou de genuínos migrantes!
Em breve, voltaremos a este assunto, sendo de momento importante confirmar se a embarcação continua na Praia da Maringanha, em que estado e que dimensões tem, para melhor se aferir o que realmente se passou.
Mocímboa da Praia finalmente o 5 de Outubro em números
A Rádio Moçambique, noticia o que parece ser o resultado das investigações/Inquérito ao ataque de 05 de Outubro, divulgado este Domingo, na sessão extraordinária do governo distrital de Mocímboa da Praia, durante a qual também foi anunciado que desde o dia 5 de Outubro até ao presente, 308 bandidos foram capturados, dos quais 208 processados criminalmente e 100 foram soltos, alegadamente por insuficiência de provas materiais. Dos 208 processados, 152 são homens e, 56 são mulheres, e destes, 165 são nacionais e 43 estrangeiros. Há também a registar que 44 crianças, cujos pais estão a contas com a polícia, em conexão com este caso, foram encaminhados à acção social para a assistência.
Por último, registar também, que nesta Sessão Extraordinária, foi mencionado um outro ataque, de elementos do Grupo de 05 de Outubro, nas aldeias de Mitumbate e Makulo, durante a qual mataram 2 homens, feriram outros 2 e queimaram 27 casas. Este ataque, deverá inscrever-se no pacote dos acontecimentos do 05 de Outubro em Mocímboa da Praia, já que a notícia não menciona outra data.
Politólogo/Arabista/Colaborador VOA/Radar Magrebe Lusófono
