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Quénia: Manifestantes exigem justiça para os violadores de uma adolescente de 16 anos


Centenas de pessoas manifestaram hoje nas ruas de Nairobi exigindo justiça a favor da vítima de violação sexual cujos actores foram sentenciados a cortar relvas e libertados mais tarde.

Manifestantes empunhando cartazes e slogans, e também mulheres transportando calcinhas nas mãos, transmitiram uma forte mensagem contra a violência sexual.

A multidão que congregou gentes que vieram de toda a África marchou do Parque Uhuru de Nairobi até a entrada principal do escritório do inspector geral, unida por uma única mensagem: Justiça para a Liz.

Rafa Machava era uma das manifestantes e vinha de Moçambique.

“Estamos aqui apenas para chamar a atenção do governo, da polícia deste país para tratarem os problemas com seriedade.”

A causa da manifestação é o caso de violação sexual de uma adolescente de 16 anos, que a imprensa queniana atribui o pseudónimo de Liz, por um gang em Junho, na altura que regressava do funeral de sua avó em Busia no oeste do Quénia.

A vítima foi tão maltratada pelos seus violadores, a ponto de estar agora condenada a andar de cadeira de rodas. Os actores desse macabro crime foram detidos e as autoridades os aplicaram como castigo, o corte de relva numa esquadra da polícia. Depois disso foram libertados.

“Eu gostaria de vê-los condenados a prisão.”

Dizia Vincer Mwali que faz parte de um grupo de mulheres de Mombasa, na região costeira do país e que se juntou aos protestos.

O caso que foi descrito em primeira mão pelo jornal Daily Nation – Diário da Nação - do Quénia, granjeou a atenção de grupos dos direitos humanos em África.

Emma Kaliya, a presidente da organização para o desenvolvimento de mulheres africanas – Femnet, diz que activistas de 21 países do continente participaram nos protestos de hoje.

“Em toda parte em Africa coisas destas acontecem. E é por isso que estamos a exigir de uma forma muito geral. Não estamos apenas a falar do Quénia, estamos a falar acerca de todos os países de África para fazerem alguma coisa em relação a esse problema.”

Os responsáveis políticos quenianos, incluindo o inspector Kimaiyo, deram garantias que a justiça irá ser feita. O director de gabinete do procurador-geral disse que ordenou a detenção dos seis suspeitos envolvidos no caso. Mas até ao momento nenhum deles foi detido.
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