A queda global do preço do petróleo abala a economia de muitos países produtores do chamado “ouro negro”. Nigéria, maior produtor de África, não é excepção.
A redução do preço do barril para 35 dólares preocupa os analistas, que advertem que o ano económico poderá ser difícil.
Bismarck Rewane, director executivo da Financial Derivatives Company, diz que o impacto da queda do preço do petróleo poderá ser catastrófica, na medida em que estavam todos mal preparados para lidar com a situação.
A Nigéria produz mais de dois milhões de barris por dia, o que torna o país no maior produtor africano. Cerca de 70 por cento das receitas do governo vem da venda de petróleo. No pacote de exportações do país, o petróleo faz 69 por cento.
Essa dependência coloca a Nigéria numa posição vulnerável, em caso de flutuação de preços, afirma Dolapo Oni, chefe de pesquisa de energia do ECOBANK.
Oni recorda que sendo principal fonte de receitas, o governo programa todos os planos de orçamento e investimento com base nele.
O presidente Muhammadu Buhari foi eleito em 2015 após ter prometido criar emprego e baixar a corrupção. Recentemente, fez a proposta de um orçamento com um acréscimo de 25 por cento em relação ao ano passado, e uma lista de investimento em infraestruturas.
Mas Rewane diz que o preço do petróleo poderá fazer o governo travar alguns dos projectos prometidos, e se gastar o dinheiro em luxo e ostentação haverá uma crise.
A queda do preço de petróleo poderá frustrar a agenda de Buhari, mas Oni acha que é também uma oportunidade para fazer grandes mudanças nesta indústria.
Tais mudanças incluem o fim do esquema de subsídios, que é criticado por ser dispendioso e corrupto, e reformar a Empresa Nacional de Petróleo.