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Putin e Erdogan defendem "zonas de desescalada" para pacificar a Síria


Erdogan e Putin falam a jornalistas
Erdogan e Putin falam a jornalistas

Proposta para acabar com a guerra na Síria foi anunciada na Rússia

A Rússia, aliada do regime sírio, e a Turquia, que apoia os rebeldes, propuseram nesta quarta-feira, 3, a criação de "zonas de desescalada" para "pacificar" a Síria e fortalecer o cessar-fogo.

Putin, que recebeu o presidente turco Recep Tayyip Erdogan na estância balneária de Sochi, às margens do Mar Negro, revelou o seu projecto para alcançar "uma pacificação" na Síria e "um reforço do cessar-fogo", em conferência de imprensa com o seu colega turco.

Para este fim, ele propôs a criação de "zonas de desescalada", um termo confuso que poderia aproximar-se da ideia de zonas "tampão", sem a necessidade do envio de soldados para garantir o cessar-fogo.

Estas zonas, se criadas, deverão ser acompanhadas de áreas de exclusão aérea, desde "que não haja qualquer actividade militar nesses locais", de acordo com Putin.

O Presidente russo disse que comunicou o seu projecto a Damasco, Teerão e também ao Presidente americano Donald Trump.

"Se entendi bem, o Governo dos Estados Unidos apoia a ideia", afirmou Putin.

Negociações em Astana

Por sua vez, Erdogan assegurou que havia estudado com Putin o estabelecimento dessas zonas "no mapa" e pediu que a ideia seja adoptada na quarta jornada de negociações sobre a paz na Síria entre os rebeldes e o regime em Astana.

O projecto de Moscovo seria discutido nesta quarta-feira em Astana, capital do Cazaquistão, onde estão reunidos representantes do regime de Bashar al-Assad e dos rebeldes sírios, diplomatas russos, turcos e iranianos, e o enviado especial da ONU Staffan de Mistura.

Mas antes do encontro, os rebeldes anunciaram que se retiravam das negociações até que o exército sírio pare com os bombardeamentos.

Mas os rebeldes reconheceram que as zonas seguras podem ser "uma medida temporária para melhorar a difícil situação humanitária dos civis" no país em guerra.

Os opositores ao regime de Assad já recorreram algumas vezes à política da "cadeira vazia" e poderiam retornar na quinta-feira às negociações.

Diálogo político

O Governo russo propõe a criação dessas zonas seguras em territórios rebeldes da província de Idlib (noroeste), na província central de Homs, no enclave rebelde de Guta - a leste de Damasco - e na parte sul do país.

De acordo com a proposta, as áreas "de desescalada" deverão ser acompanhadas de "zonas de segurança", com postos de controlo e centros de vigilância geridos conjuntamente pelo exército sírio e os rebeldes.

O objectivo desta iniciativa consiste em "acabar imediatamente com a violência" e "estabelecer as condições para o retorno seguro e voluntário dos refugiados", diz a Rússia.

A proposta estipula ainda que Turquia, Irão e Rússia serão os avalistas do acordo e que se comprometem a criar um "grupo de trabalho conjunto" dentro de cinco dias após os beligerantes assinarem o documento.

Putin ressaltou que a luta contra "organizações terroristas", como o grupo Estado Islâmico (EI) ou a Frente Fateh al-Sham, ex-facção síria da Al-Qaeda, continuará, apesar da eventual criação de tais zonas.

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