À entrada para 2016, ano que antecede as próximas eleições legislativas, o Secretariado do PRS em Benguela olha com preocupação para o que considera ser um bloqueio imposto à oposição.
Rui Malopa, secretário provincial, critica o regime e revela que as autoridades tradicionais têm sido instrumentos ao serviço do partido no poder.
No capítulo da governação, o PRS refere que o fraco ou quase nulo apoio a empresas nacionais tem vindo a destruir milhares de postos de trabalho.
O secretário do Partido de Renovação Social ouviu o governador de Benguela dizer que a redução do orçamento de 2015 dá lugar a inúmeras dificuldades sociais, com realce para a falta de medicamentos e alimentos nos hospitais.
A oposição, segundo Rui Malopa, tem alternativas para a resposta que se impõe a estas insuficiências, mas lamenta que o partido no poder esteja a impedir a chegada da sua mensagem a todos os cantos do país
“Temos sentido inúmeras dificuldades para fazer chegar as mensagens à população, não realizamos as nossas actividades por culpa do regime, que usa, como temos assistido, as administrações municipais e as autoridades tradicionais”, sustenta o secretário.
Rui Malopa diz estar preocupado com o desemprego, que, para ele, é reflexo da fraca aposta nas empresas nacionais.
“Fala-se muito da diversificação da economia mas não existem apoios para as empresas nacionais, que são capazes de garantir postos de trabalho”, acrescenta.
A Unita, por seu lado e de acordo com o deputado Alberto Ngalanela, prefere destacar o que chama de “esforços do executivo de Isaac dos Anjos”.
Ainda assim, lembra que as próximas eleições podem significar mudanças.
“ Em 2016, vamos olear a máquina para as eleições de 2017, vamos acompanhar os aspectos administrativos, como o caso do registo, mas também preparar o partido para a mudança”, indica o secretário do partido do galo negro em Benguela.