Planos do governo angolano para aumentar a refinação de petróleo no país embateram com um entrave devido à incapacidade da companhia que deveria construir a refinaria do Soyo em angariar os fundos requeridos.
O ministro dos Recursos Minerais de Angola Diamantino Azevedo disse que a companhia Quanten está a enfrentar “sérias dificuldades” em garantir o financiamento da refinaria, acrescentando que o governo deu um ultimato à companhia para resolver a situação ou Angola terminará o contrato.
A agência de notícias Bloomberg disse que o ministro angolano afirma que foi dada à companhia “um prazo e caso não consigam cumprir isso seremos forçados a terminar o projecto e procurar uma alternativa”.
O ministro, que segundo a Bloomberg falava à Radio Nacional de Angola, não deu pormenores sobre esse prazo e representantes da Quanten em Angola e nos Estados Unidos não responderam a diversas tentativas da agência para comentarem a declaração.
O portal Quantenangola da companhia continua contudo totalmente dedicado ao projeto mas não foi atualizado desde Dezembro de 2022.
As últimas noticias ali inseridas dizem respeito a dezembro de 2022 com uma notícia sobre o fim da desminagem de 712 hectares para a construção da refinaria precedida de uma outra de agosto de 2022 da assinatura de um acordo de investimento.
Os gastos com a importação de combustíveis e outros sub produtos do petróleo consomem anualmente cerca de 1.700 milhões de dólares, os maiores gastos de importações do país que é atualmente o segundo maior produtor de petróleo de África com uma produção de cerca de 1,1 milhão de barris por dia.
O governo lançou projetos de construção de refinarias no Lobito, Cabinda e Soyo pois a refinaria de Luanda apenas fornece 20% das necessidades do país.
Do lado positivo a notar contudo que os projetos de construção das refinarias de Cabinda e Lobito estão a avançar.
A refinaria do Lobito a ser construída por uma companhia chinesa caso tudo decorra normalmente entrará em funcionamento em 2026 e terá uma capacidade de produção de 200.000 barris por dia sendo a partir de então administrada pela americana KBR.
Já a primeira fase da refinaria de Cabinda com uma capacidade de produção 30.000 barris por dia deverá estar operacional ainda este ano devendo depois duplicar a sua produção para 60.000 barris por dia quando a fase final do projeto terminar.
Esta refinaria está a a ser construída pela britânica Gemcorp em parceria com a angolana Sonangol.
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