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Professores do Ensino Superior na Huíla regressam às aulas apesar da greve


Universidade Mandume Ya Ndemufayo, Huíla
Universidade Mandume Ya Ndemufayo, Huíla

Descontos nos salários e impasse entre Governo e sindicato levam docentes a regressarem às aulas

A dias de completar três meses em greve, os professores do ensino superior em Angola, pressionados com os descontos nos salários e o impasse entre o Governo e o sindicato, começam a regresar às aulas para, segundo dizem, não se virem ainda mais prejudicados.

Na província da Huila, muitos professores contactados pela Voz da América preferiram o silêncio, apesar de reconhecerem que o quadro é difícil e de se reverem nas reivindicações do Sindicato Nacional dos Professores do Ensino Superior (SINPES).

Isaac Calenga, professor no Instituto Superior de Ciências de Educação (ISCED) na Huíla, afirma que não teve alternativas, se não o de voltar às aulas perante as condições impostas pelo Ministério e a alegada inactividade da representação local do sindicato do ensino superior.

“O próprio direito à greve e outros documentos são muito claros que quando se está em greve o sindicato tem que estar activo para poder proteger a classe. Infelizmente o nosso sindicato a nível da região não está activo, só para ter uma ideia desde que a greve teve início nós nunca nos reunimos pelo menos no ISCED. Não temos um sindicato muito activo e como tal houve algumas regras baixadas a partir do Ministério e que na verdade sem a actividade efectiva do sindicato, sairíamos prejudicados, enquanto docentes e embora o próprio salário seja diminuto é o que sustenta as nossas famílias", justifica Calenga, que "olhando para os prejuízos e as consequências de não estar a dar aulas decidimos voltar às aulas”.

Aquele professor assegura que a nível do ISCED Huíla as aulas decorrem dentro da normalidade.

A Voz da América constatou o mesmo cenário nas unidades orgânicas que integram a Universidade Mandume Ya Ndemufayo (UMN) com sede no Lubango, que reúne as faculdades de direito, medicina e economia e as escolas politécnicas nas províncias do Namibe e Cunene.

O representante do SINPES na Huíla, Francisco Cruz, reconhece que os filiados estão a sofrer descontos nos seus salários, situação que lamenta e critica a postura da entidade patronal que se recusa a solucionar o problema.


Francisco Cruz espera levar à próxima assembleia do sindicato, uma nova estratégia de greve que possa atenuar o efeito dos descontos.

“ Vamos manter a greve indicando um dia por exemplo todas as sextas-feiras não haverá aulas, os docentes vão fazer a greve durante o tempo necessário, mas paralisando um dia por semana, durante o mês cada docente teria quatro faltas quatro dias sem ir a instituição lecionar e assim não teríamos o problema de descontos as pessoas ficarem sem salários, mas o carácter da greve há-de vincar”, conclui.

A nível do ensino superior, Huíla, Namibe e Cunene constituem a sexta região académica de Angola.

O SINPES continua a exigir o cumprimento do caderno reivindicativo, com especial ênfase no aumento salarial e no seguro de saúde.

O Executivo ofereceu um aumento de seis por cento, que foi rejeitado pelo sindicato.

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