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PM cabo-verdiano reitera na ONU compromisso com desenvolvimento sustentável


José Maria Neves, primeiro-ministro de Cabo Verde
José Maria Neves, primeiro-ministro de Cabo Verde

José Maria Neves falou na Cimeira sobre Desenvolvimento Sustentável.

A responsabilidade pelo desenvolvimento é de cada um dos nossos países, disse o primeiro-ministro cabo-verdiano ao intervir esta sexta-feira, 25, na Cimeira da ONU para Adopção da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável.

José Maria Neves referiu-se ao Papa Francisco, que falara três horas antes, para dizer que “teremos que assumir a ética da cidadania global e partilhar responsabilidades”.

O governante recuou 40 anos para dizer que Cabo Verde era na altura da Independência, em 1975, um país improvável, cujas condições de partida eram extraordinariamente difíceis.

Na altura, era “um pequeno Estado insular e arquipelágico, sem recursos naturais tradicionais, marcado pela seca, desertificação, escassez de água, fomes e emigração”, lembrou.

Hoje, disse Neves, “graças à determinação das cabo-verdianas e dos cabo-verdianos, nas ilhas e na diáspora, da boa governação e do gigantesco trabalho realizado, somos país de rendimento médio e vamos cumprir todos os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio e as metas associadas”.

O primeiro-ministro reiterou que Cabo Verde é, na actualidade, “uma referência em termos de liberdades, democracia, Estado de direito, respeito e defesa dos direitos humanos e promoção da dignidade humana”.

Apesar de o arquipélago ter percorrido um “grande caminho”, admitiu haver grandes desafios “particularmente a pobreza, que ainda atinge cerca de um quarto da população, e o desemprego, ainda elevado, sobretudo no seio dos jovens e mulheres sem qualificação”.

José Maria Neves realçou ainda que Cabo Verde tem de fazer face às mudanças climáticas e aos seus impactos, “máxime nos pequenos Estados insulares”.

Depois de relembrar o compromisso assumido pelo seu Governo em 2000 quanto aos Objectivos do Milénio e da avaliação feita em 2014 dos mesmos, Neves disse que a grande ambição dele “é ter um PIB per-capita superior a 12.000 dólares, hoje é de 3.800 dólares, e um alto índice de desenvolvimento humano, estribado em fortes investimentos na educação, na saúde, na segurança social, na habitação, no planeamento e ordenamento do território, na infraestruturação e mobilização da água”.

Neves admitiu que o país tem de acelerar o ritmo de crescimento económico e “construir uma economia verde e azul, dinâmica, sustentada, inovadora, geradora de empregos, de progresso e de bem-estar social; uma economia justa e inclusiva, que garante a erradicação da pobreza, o combate às desigualdades e crie oportunidades para todos”.

O primeiro-ministro voltou a insistir na necessidade de os pequenos Estados insulares em desenvolvimento e os países de rendimento médio baixo, ao lado dos países africanos, dos menos avançados e dos países em desenvolvimento sem litoral, merecerem “uma atenção especial da comunidade internacional, de modo a poderem cumprir todos os seus compromissos no quadro da realização dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável no horizonte de 2030.

Cabo Verde assume, pois, plenamente o documento “Transformar o nosso mundo: programa de desenvolvimento sustentado no horizonte de 2030”, garantiu Neves, para concluir que o seu país fará o trabalho de casa e construirá parcerias e pontes “que nos permitam, numa perspectiva de ganhos mútuos, ser útil à Humanidade, construir um país desenvolvido e próspero e contribuir para um mundo melhor”.

O primeiro-ministro cabo-verdiano volta a discursar na próxima semana, agora na Assembleia Geral das Nações Unidas.

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