Gina Haspel, primeira mulher a dirigir a Agência Central de Inteligência (CIA), toma posse hoje, 21.
O presidente Donald Trump estará presente na cerimónia, na sede da CIA, nos arredores de Washington.
O Senado dos Estados Unidos confirmou Haspel, na quinta-feira passada, com 54 votas a favor e 45 contra, encerrando um tumultuoso processo de nomeação no qual os legisladores revisitaram as antigas práticas de interrogatório da CIA.
Seis democratas votaram a favor de Haspel, enquanto dois republicanos se opuseram à sua nomeação para substituir Mike Pompeo, que desde o mês passado é secretário de Estado.
O líder da maioria no Senado, Mitch McConnell, republicano de Kentucky, destacou Haspel como "excepcionalmente qualificada para enfrentar os maiores desafios de segurança nacional", acrescentando que "conquistou o respeito e a admiração de homens e mulheres na CIA".
A escolha de Haspel pelo presidente Donald Trump provocou controvérsia, dada a sua supervisão de interrogatórios severos contra prisioneiros, após os ataques terroristas de 11 de setembro nos Estados Unidos.
Ela também escreveu um memorando autorizando a destruição, por parte da agência de espionagem, de fitas de vídeo mostrando o que muitos estudiosos legais disseram ser a tortura de suspeitos de terrorismo.
O democrata Patrick Leahy, de Vermont, anunciou sua oposição a Haspel pouco antes da votação, chamando alguns de seus registos conhecidos de "perturbadores".
"Eu não questiono o compromisso de Haspel em relação à nossa segurança nacional. Mas eu questiono a sua fidelidade a um valor central de nossa nação - que todas as pessoas têm certos direitos inalienáveis",disse Leahy.
No seu comunicado, Leahy sublinhou quea dignidade básica dosseres humanos"é incompatível com práticas desumanas como a tortura".
Durante sua audiência de confirmação, Haspel repetidamente se recusou a dizer se as técnicas duras de interrogatório eram moralmente erradas.
No entanto, no início da semana passada, ela escreveu uma carta para o principal democrata do comité, Mark Warner, da Virgínia, dizendo que a CIA não deveria ter conduzido interrogatórios abusivos.