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Presidente cabo-verdiano espera conclusões consistentes da chacina de Monte Tchota


Jorge Carlos Fonseca, Presidente de Cabo Verde
Jorge Carlos Fonseca, Presidente de Cabo Verde

Governo aponta motivações pessoais na origem do ataque que deixou 11 mortos num destacamento militar.

O Presidente de Cabo Verde suspendeu a ida aos festejos do tradicional Nhô São Filipe, na ilha do Fogo, neste fim de semana, e diz esperar conclusões “consistentes” sobre o assassinato de oito militares e três civis no Destacamento Militar de Monte Tchota, a 45 quilómetros da capital, nesta terça-feira, 26.

Na sua página pessoal no Facebook, Jorge Carlos Fonseca considera que o país está perante “um evento deveras trágico” e expressa o seu pesar pelo sucedido e a solidariedade para com as famílias das vítimas.

“As investigações prosseguem em bom e positivo ritmo. Como Chefe de Estado tenho acompanhado muito de perto a situação, nomeadamente através de informações minuciosas que me têm sido transmitidas pelo Governo, seja pelo senhor primeiro-ministro, seja pelo senhor ministro da Defesa, com os quais (mais os senhores Ministros da Administração Interna e da Justiça) me reuni, na Presidência da República pouco tempo depois das trágicas notícias”, acrescenta na nota.

“Perante este ambiente de luto e dor para todos os nossos concidadãos, e como respeito pelas vítimas e seus entes queridos, naturalmente que cancelarei a minha visita ao Fogo, por ocasião das festas do 1.º de Maio”, diz Fonseca, para quem os organizadores daquela que é uma das mais concorridas festas do país “compreenderão as nossas motivações”.

Motivações pessoais

Ontem, no início da noite, o Governo cabo-verdiano descartou qualquer ligação da chacina ao narcotráfico.

Em conferência de imprensa, o ministro da Administração Interna afirmou não haver “indícios de ligação destes acontecimentos com o narcotráfico” e considerou que um soldado afecto ao próprio destacamento que se encontra desaparecido pode estar “envolvido nos acontecimentos".

Sem dar mais detalhes, Paulo Rocha admitiu, sim, “motivações pessoais” na origem dos ataques.

O governante excluiu também a “ideia de atentado contra o Estado de Cabo Verde”.

Rocha confirmou a morte de oito soldados e três civis, sendo um cabo-verdiano e dois espanhóis que colaboravam com a manutenção de equipamentos.

O jornal online Oceanpress revelou no final da noite de ontem que os familiares do soldado desaparecido, conhecido por “Antany Silva”, terão denunciado à Polícia ser ele o autor da chacina.

De acordo com os familiares, o soldado confessou ter assassinado os oito militares e mais três outros civis porque estava descontente com o trabalho desempenhado naquele espaço.

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