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Brasil 2014: candidatos com histórias bem diferentes.


A morte do candidato Eduardo Campos relançou os dados na corrida eleitoral brasileira
A morte do candidato Eduardo Campos relançou os dados na corrida eleitoral brasileira

Dilma e Marina, de acordo com as últimas pesquisas, estão empatadas com 34 por cento das intenções de voto cada uma.

Nenhum dos três principais concorrentes ao cargo da presidência do Brasil pode ser visto como o "salvador da pátria" aos olhos dos eleitores. A observação é do jornalista Chico Góes, escritor do livro "O Lado B dos Candidatos", que traz um olhar desmistificador sobre os perfis de Dilma Rousseff (PT), Marina Silva (PSB) e Aécio Neves (PSDB), que lideram as pesquisas de intenções de votos no Brasil.

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Até o dia 13 de Agosto, quando o candidato Eduardo Campos morreu em um acidente aéreo, a disputa travada no Brasil era entre a continuidade do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva, a candidata à reeleição pelo Partido dos Trabalhadores Dilma Rousseff, e dois netos de políticos que fizeram história no Brasil, Tancredo Neves, avô do candidato do PSDB, Aécio Neves, e Miguel Arraes, avô do então candidato Eduardo Campos, pelo PSB.

Agora, o novo cenário e os resultados das pesquisas de intenção de votos apontam que a corrida presidencial se transformou em uma batalha entre duas mulheres com biografias e personalidades fortes. Dilma e Marina, de acordo com as últimas pesquisas, estão empatadas com 34 por cento das intenções de voto cada .

A presidente Dilma Rousseff, do Partido dos Trabalhadores (PT), disputa a reeleição depois de ter sido construída candidata para o pleito de 2010, quando, pela legislação brasileira, o ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva não podia mais concorrer a uma eleição. Durante o mandato de Lula, Dilma, hoje com 67 anos, foi ministra de Minas e Energia e ministra-chefe da Casa Civil.

A candidata, formada em ciências econômicas, carrega no currículo a marca de ter sido militante e presa durante os movimentos para derrubar a ditadura militar no Brasil.

Marina Silva, que era candidata à vice-presidência pelo PSB, também tem uma história pessoal que impressiona. De família pobre, analfabeta até os 16 anos e sobrevivente de graves problemas de saúde, a ambientalista e pedagoga do Acre conseguiu fazer um curso superior ao formar-se em História.

Aos 56 anos, Marina foi vereadora, deputada estadual, senadora por 16 anos e ministra do Meio Ambiente durante o Governo Lula. Após romper com o PT, filiou-se ao Partido Verde, concorreu à Presidência em 2010 e ficou em terceiro lugar, com quase 20 milhões de votos.

Para o sociólogo e cientista político Sergio Abranches, Marina tem uma biografia extraordinária. “Melhor que a do Lula do ponto de vista de progresso pessoal. O Lula se recusou a estudar e ela, analfabeta até os 16 anos, tem curso superior. Ela tem uma inteligência rara acoplada a uma persistência, uma capacidade de superar dificuldades muito grande”, afirma Abranches.

Correndo por fora, Aécio Neves, o candidato do PSDB do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, tem 15% das intenções de votos. Nascido em Minas Gerais, é neto do ex-presidente Tancredo Neves, de que foi, desde bem jovem, secretário pessoal. Aos 54 anos, o considerado candidato das elites foi deputado federal, por quatro mandatos, governador de Minas Gerais por dois e senador da república.

Mas, apesar do destaque para histórias de vida, como a da candidata Marina Silva, o escritor Chico Góes lembra que estamos falando, no caso de todos os candidatos, de seres humanos com defeitos pessoais e administrativos.

“Os candidatos são de carne e osso, são vulneráveis, mas não é para o eleitor pensar que nenhum presta. A gente quer chamar a atenção para a questão que todos são humanos, todos têm ligação políticas, todos pertencem a determinados grupos, ” explica.

O autor do livro “O Lado B dos Candidatos” lembra que os perfis desses três nomes que batalham pela presidência, Dilma Roussef, Marina Silva e Aécio Neves, também têm pontos fracos. No caso de Dilma, a natureza intolerante a opiniões alheias seria um dos destaques negativos. Já Marina Silva vende a ideia de uma nova política, mas já está no meio há mais de 20 anos. Contra Aécio Neves pesaria a imagem de um homem que não abre mão de uma vida pessoal, muitas vezes atribulada.

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