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PGR guineense convoca "Manecas" Santos por afirmações sobre eventual golpe de Estado


Veterano da luta pela independência diz ter emitido uma opinião pessoal e no condicional, que mantém

O Ministério Público da Guiné-Bissau intimou Manuel “Manecas” dos Santos a comparecer na Procuradoria-Geral da República (PGR) para ser ouvido na quinta-feira, 18, na sequência da entrevista concedida ao jornal português Diário de Notícias na qual afirmou que poderá estar eminente um golpe de Estado no país.

Aquele veterano da luta de libertação nacional e antigo governante já reagiu ao ser confrontado nesta terça-feira, 16, pelos jornalistas.

"O que eu disse foi no condicional. A Guiné-Bissau poderá estar (na iminência de um golpe de Estado). Para quem fala português sabe que poderá é uma eventualidade", esclareceu "Manecas" dos Santos, para quem as suas palavras estão a ser mal interpretadas.

Coronel na reserva desde 1976, Manecas Santos garantiu que vai reafirmar as suas palavras na PGR, que, segundo ele, “foram apenas uma opinião”, embora admita que a situação actual de crise pode provocar um levantamento militar.

Santos é membro do Bureau Político do PAIGC e um dos antigos combatentes mais respeitados no país, onde também foi ministro e empresário.

Em entrevista publicada no passado dia 11 pelo Diário de Notícias, em que falou sobre a guerra pela independência da Guiné-Bissau e Cabo Verde, "Manecas Santos" abordou também a crise actual no país.

“Este presidente resolveu assenhorear-se do país. Quer ser primeiro-ministro e não presidente. Quer governar. Donde os problemas que teve com os dois governos do PAIGC. Nenhum aceitou isso”, afirmou Santos que, sobre um eventual golpe de Estado pelas Forças Armadas disse:

“As Forças Armadas têm bons oficiais e eles estão conscientes desta situação. Para dizer a verdade, não acredito que haja um golpe para os militares tomarem o poder. Estamos na iminência de haver um golpe de Estado, e eventualmente violento, para tirar o presidente, o primeiro-ministro e provocar eleições rapidamente. Não creio que os militares façam um golpe para se apoderarem do poder”, explicou o veterano do PAIGC.

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