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Patrões, trabalhadores e sindicatos moçambicanos "surpreendidos" com o aumento salarial


Aumento salarial entre 10 e 21 por cento
Aumento salarial entre 10 e 21 por cento

Trabalhadores falam em miséria e empregadores admitem falência de empresas

O aumento dos salários mínimos em oito sectores da economia por parte do Governo de Moçambique já mereceu a reacção de empresários e sindicalistas.

Patrões, trabalhadores e sindicatos moçambicanos "surpreendidos" com o aumento salarial
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O Executivo reconhece que o aumento foi muito pequeno, mas a Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA) e a Organização dos Trabalhadores de Moçambique (OTM) dizem ter ficado surpresas com a decisão.

O aumento foi na ordem de 10 a 21 por cento.

Apesar de estar fora das perspectivas do empresariado nacional, esta revisão não colheu o agrado da classe dos trabalhadores.

"Não é o que esperávamos, não é isso que estava na expectativa dos moçambicanos, mas enquanto for mais um é sempre bem-vindo", disse um trabalhador, enquanto outro acrescentou que " é pouco, nem pensar, tudo parece que continua naquela vida de miséria de sempre".

O presidente do Pelouro de Política Laboral e Acção Social da CTA, Vítor Miguel, reconhece que o reajuste não satisfaz aos trabalhadores, mas também não é do agrado dos empregadores, visto que a dinâmica industrial apresenta quedas sucessivas.

Por isso, diz, o percentual aprovado poderá contribuir para a falência das empresas e acentuar a menor absorção de trabalhadores no mercado.

"Estamos a antever um ano extremamente difícil em relação ao cumprimento desses salários, vai ser difícil, a vida está difícil, mas por outro lado as empresas não estão numa situação que lhes permita resolver esse tipo de problemas, vai haver de facto muitas dificuldades por parte das empresas", sustentou Victor Miguel.

Para a OTM- Central Sindical, os níveis de reajuste aprovado pelo Governo causaram surpresa para a organização, que pretendia que o mesmo permitisse recuperar o poder de compra dos trabalhadores, defendeu Helena Ferro.

"O nosso parceiro a CTA e os empregadores regiraram muito mal (a este aumento), mas fazendo um cabaz para o mínimo de uma família moçambicana tínhamos estipulado (um reajuste) em 15 mil meticais (220 dólares)", competou Ferro.

Com os aumentos anunciados, o salário mínimo em Moçambique passou a situar-se em 3.642 meticais (cerca de 54 dólares) com o sector da caça e florestas como o menos bem pago, enquanto o sector mais bem pago é o da banca e seguros, com o mínimo de 10.400 meticais(160 dólares).

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