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Os balōes e panfletos retaliatórios da Coreia do Norte para a do Sul


Edifiico do escritório de ligação entre as duas Coreias antes de ser destruído por Pyongyang (16 Junho 2020)
Edifiico do escritório de ligação entre as duas Coreias antes de ser destruído por Pyongyang (16 Junho 2020)

A Coreia do Norte disse nesta segunda-feira que preparou milhares de balões e milhões de folhetos em preparação para o "castigo retaliatório" contra a Coreia do Sul.

Os detalhes da ação, em notícia na mídia estatal, surge um dia depois do Norte dizer que se preparava para iniciar uma campanha de folhetos anti-Sul, após uma série de condenações vitriólicas de Seul por causa de folhetos anti-Norte flutuando sobre a fronteira.

Os desertores do Sul enviam panfletos, que criticam o líder do Norte, Kim Jong Un, por violações dos direitos humanos e suas ambições nucleares. As mensagens geralmente são anexadas a balões ou flutuadas em garrafas. Analistas disseram que a Coreia do Norte está a conduzir uma série de provocações para forçar concessões de Seul e Washington.

"Os preparativos para a maior distribuição de folhetos já feita contra o inimigo estão quase completos", lia-se numa notícia da Agência Central de Notícias da Coréia (KCNA).

"As instituições de publicação e impressão a todos os níveis da capital produziram 12 milhões de folhetos de todos os tipos, refletindo a ira e o ódio do povo de todas as esferas da vida", lia-se na nptícia. Mais de "3 mil balões de vários tipos, capazes de espalhar folhetos nas profundezas da Coreia do Sul, estão prontos ", juntamente com outros meios de distribuição, acrescentou a KCNA.

As relações inter-coreanas estão congeladas há meses, após o colapso de uma cimeira em Hanói entre Kim e o presidente dos EUA, Donald Trump, no início do ano passado.

Essa reunião baseou-se no que o Norte estaria disposto a desistir em troca de um afrouxamento das sanções. O norte, com armas nucleares e empobrecido, está sujeito a várias sanções do Conselho de Segurança das Nações Unidas pelo seus programas de armas proibidos.

O presidente do sul, Moon Jae-in, intermediou inicialmente um diálogo entre Pyongyang e Washington, mas o norte agora culpa-o por não ter convencido os Estados Unidos a relaxar as sanções. "A Coréia do Sul precisa encarar a música.

Somente quando sentir como é doloroso e irritante o descarte de panfletos e resíduos, isso irá afastar seu mau hábito", afirmou a KCNA.

"Aproxima-se o momento para punições retaliatórias."

Como parte do que os analistas veem como provocações encenadas, o Norte explodiu na terça-feira passada um escritório de ligação inter-coreano do seu lado da fronteira, provocando ampla condenação internacional. Também ameaçou reforçar a sua presença militar dentro e em redor da Zona Desmilitarizada.

As ações do Norte parecem ser cuidadosamente calibradas, com Pyongyang desenhando o processo emitindo vários avisos incrementais de diferentes fontes oficiais - liderança, departamentos governamentais e militares - antes de cada passo que é dado.

Os dois dias consecutivos de comentários do Norte sobre a sua campanha de folhetos ocorreram depois que Kim Yeon-chul, o responsável da Coréia do Sul para as relações com o Norte, renunciar devido ao aumento das tensōes. Ele expressou esperança de que sua partida "seja uma chance de parar um pouco".

Fotos divulgadas pelo jornal oficial Rodong Sinmun, no sábado, mostravam norte-coreanos a preparar os folhetos. O ministério da unificação de Seul pediu a Pyongyang que desistir do plano "imediatamente", considerando-o de "muito lamentável"

A Coreia do Sul também advertiu para a realização de uma operação contra ativistas que enviam panfletos anti-Norte. E apresentou uma queixa policial contra dois grupos desertores pelas mensagens que ofenderam Pyongyang.

As duas Coreias permanecem tecnicamente em guerra depois que as hostilidades da Guerra da Coreia terminaram com um armistício em 1953 e que nunca foi substituído por um tratado de paz.

(AFP)

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