Organizações não governamentais angolanas admitem o fracasso da chamada Bolsa de Solidariedade Social criada pelo Governo caso não integre as associações que trabalham com as comunidades pobres nas zonas ondem o Estado não tem estruturas.
A Bolsa de Solidariedade Social instituída oficialmente na terça-feira, 18, em Luanda, pelo vice-presidente da República, Manuel Vicente, é uma iniciativa do Ministério da Reinserção Social.
Para os seus mentores, trata-se de uma acção para promover um movimento de voluntariado em Angola com vista a apoiar os hospitais, centros de saúde, comunidades, lares de assistência a crianças e idosos, assim como aumentar o leque de cidadãos e instituições que prestam apoio social.
O presidente da organização não governamental, SOS Habitat, André Augusto, disse à VOA que a exclusão de organizações comunitárias não ligadas ao poder configura, desde já, o fracasso da iniciativa.
Por seu lado, o advogado Salvador Freire, responsável da associação Mãos Livrese presidente do Conselho Angolano dos Direitos Humanos, é de opinião que, ao não convidar as organizações da sociedade civil para este tipo de iniciativas, o Governo revela o seu desinteresse pelo diálogo com as sensibilidades que pensam diferente.
No acto de lançamento do fundo, o ministro da Assistência e Reinserção Social, Gonçalves Muandumba, declarou que a bolsa visa ajudar a quem necessita e tornar os assistidos de hoje beneméritos e doadores no futuro.
Muandumba sublinhou que a a iniciativa visa combater a pobreza, através de programas de empoderamento e de combate ao desperdício, “evitando que alguns organismos beneficiem de vários donativos, enquanto outros não recebam qualquer apoio, distribuindo, assim, de forma transparente e regular as doações”.