Quarenta e dois anos depois de se ter tornado independente de Portugal, Angola continua a viver os mesmos problemas do tempo da colónia.
A opinião é dos partidos da oposição, enquanto o Presidente da República afirma que o país tem de mudar.
No discurso para assinalar mais um aniversário da Independência Nacional, João Lourenço reiterou que há que fazer muitas mudanças.
Raúl Danda, vice presidente da UNITA, o maior partido na oposição, afirma que passados 42 anos, os símbolos e as instituições nacionais continuam reféns de um único partido.
“Ainda não temos um país, não temos democracia, nem liberdade, não há diferença entre o que o povo sofria com o colono do que sofre agora, a porrada é porrada, nenhuma é mais que a outra em função de quem bate, ainda precisamos nos aceitar mais, nos tolerar mais, priorizar a cidadania ao invés do militantismo como acontece nestes 42 anos", sublinha Danda.
Leonel Gomes, da CASA-C, considera que um grupo restrito de angolanos inverteu o verdadeiro objectivo que levou a independência nacional.
“Se olharmos à nossa volta os antigos combatentes e veteranos da pátria a viverem na miséria, estão numa indigência total porque alguns fizeram de Angola a sua própria lavra e se esqueceram que quando fomos para a luta de libertação nacional era para trazer a felicidade e bem-estar aos angolanos”, disse Gomes.
Na mesma linha de pensamento, Benedito Daniel, presidente do PRS, diz que ao invés dos angolanos viverem a independência “vivem constrangimentos, não conseguem resolver os seus problemas básicos, falta tudo, aua, luz, emprego e até liberdades fundamentais”.