Mais de 800 pessoas foram presas ao redor do mundo, 32 toneladas de drogas apreendidas e 148 milhões de dólares foram confiscados numa mega investigação global contra o crime organizado.
A operação Trojan Shield envolveu agentes policiais em 16 países e ainda recuperou 250 armas de fogo e 55 carros de luxo, na Austrália e em países da Ásia, Europa, América do Sul e no Médio Oriente.
Em Haia, a chefe da Polícia Nacional holandesa, Jannine van den Berg, disse que a operação foi "um golpe sem precedentes para as redes criminosas, e isso é mundial".
Calvin Shivers, director-assistente do braço de investigação criminal do FBI, dos EUA, considerou a operação Trojan Shield “um exemplo brilhante do que pode ser feito quando parceiros internacionais trabalham juntos e desenvolvem ferramentas de investigação para detectar e desmantelar organizações criminosas transnacionais".
“A chave para a investigação foi a capacidade das autoridades policiais de ouvir os planos dos suspeitos”, sublinhou Jannine van den Berg.
As agências de investigação deitaram abaixo duas plataformas criptografadas, EncroChat e Sky ECC, que os criminosos usavam, o que levou-os a procurar novos telefones seguros.
De seguida, segundo Calvin Shivers, da Divisão de Investigação Criminal da Polícia Federal americana, o FBI ajudou a infiltrar 12 mil aparelhos em 300 grupos criminosos em mais de 100 países.
A Trojan Shield começou quando autoridades americanas pagaram a um traficante de drogas condenado para dar-lhes acesso a um smartphone e instalou o "Anom", um aplicativo de mensagens criptografadas.
Os telemóveis não tinham e-mail nem serviço de ligação ou GPS e era necessário enviaram um código por outro usuário do Anom para que o dispositivo funcionasse.
O serviço de mensagens "seguro" era escondido em um aplicativo de calculadora.
Quase 20 milhões de mensagens foram interceptadas.