No seu último discurso a uma sessão conjunta do Congresso sobre o Estado da União, o Presidente Barack Obama lançou um apelo emocional à unidade dos americanos, manifestando-se optimista quanto ao futuro do país.
O presidente Obama apelou aos cidadãos americanos para rejeitarem as desconfianças partidárias afirmando que um futuro de oportunidade e segurança, de aumento dos níveis de vida, “está ao nosso alcance”.
“Mas isso só acontecerá se trabalharmos em conjunto”, disse Obama.
“Só acontecerá se tivermos debates racionais e construtivos”, acrescentou.
O Presidente americano disse que apesar dos enormes desafios a que o país faz face, o país tem a capacidade para ultrapassa-los.
A América, disse Obama, já passou por períodos de guerras, depressões, entrada de imigrantes, lutas de trabalhadores por melhores condições e de movimentos que lutaram pela expansão dos direitos cívicos.
“Nessas alturas houve sempre alguém que nos disse para recearmos o futuro, que afirmaram que devíamos pôr os travões em mudanças, que prometeram restaurar glórias do passado através do controlo de algum grupo ou ideia”, disse o presidente
“Cada uma dessas vezes ultrapassamos esses receios”, disse o Presidente.
“Nas palavras de Lincoln não aderimos a dogmas de um passado clamo. Em vez disso pensamos de algo novo e actuamos de modo novo”, acrescentou.
Obama disse que o futuro dos americanos depende de todos fazerem ouvir as suas vozes para se resolver os problemas comuns.
“Vozes que ajudam-nos a ver-nos não em primeiro lugar como negros ou brancos ou asiáticos ou latinos, não como ´gay´ou ´straight´, imigrante ou nascido no país, não como Democratas ou Republicanos, mas como americanos em primeiro lugar, ligados por uma crença comum”, disse o presidente cujo discurso foi interrompido várias vezes por fortes aplausos.
Politica externa: Prioridade é proteger americanos e enfrentar redes terroristas
Como é natural nestes discursos anuais a política interna foi o tema dominante do discurso, mas Obama abordou a situação internacional afirmando que o mundo atravessa “um período perigoso” marcado por “estados falhados” e pelo facto do sistema internacional construído apos a Segunda Guerra Mundial “estar agora a lutar para manter a o passo com esta nova realidade”.
“A prioridade número um é proteger o povo americano e enfrentar as redes terroristas”, disse Obama que contudo afirmou o Estado Islâmico “não ameaça a nossa existência nacional”.
O presidente acrescentou ainda que quando terroristas “vão atrás de americanos nós vamos atrás deles”.
“Pode levar tempo, mas temos memórias longas e o nosso alcance não tem limites”, acrescentou.
O presidente disse que os estados Unidos continuam a sedr a poencia mundial e que quando há problemas "ninguém telefona a Moscovo ou à chinba".
"Telefonam aos estados Unidos", disse.
África
O presidente fez notar que a liderança dos Estados Unidos no Século 21 “não é uma escolha entre ignorar o resto do mundo ou ocupar e reconstruir uma sociedade que esteja em destruição”.
“Liderança significa uma aplicação sábia do nosso poderio militar e ter mo apoio do mundo pelas causas que são correctas, significa ver a ajuda externa como parte da nossa segurança nacional e não como caridade”, acrescentou.
No que diz respeito ao continente africano, o presidente americano disse que a ajuda alimentar e ao combate à doença neste continente “impede que a próxima pandemia alcance as nossas costas”.
“Actualmente estamos na via de eliminar o flagelo do HIV/SIDA e temos a capacidade de fazer o mesmo com a malária, algo que eu vou pressionar o congresso a financiar este ano”, disse Obama
Republicanos dizem que palavras do presidente não correspondem à realidade
Em resposta ao discurso do presidente a governadora do estado da Carolina do Sul, Nikki Haley, disse que os sucessos do presidente “têm ficado muito aquém das suas palavras ambiciosas” e criticou asperamente a política de Obama face ao terrorismo internacional.
Haley, que alguns analistas dizem ser uma potencial candidata á vice-presidência pelos Republicanos, disse que muitos americanos continuam a sentir os efeitos “de uma economia demasiado fraca para fazer subir os níveis de rendimentos”.
“Estamos a sentir os efeitos de um divida nacional esmagadora, um plano de saúde que tornou os seguros e médicos mais difíceis de alcançar e a instabilidade caótica em muitas das nossas cidades”, disse Nikki Haley para quem “pior do que isso é que agora fazemos face à mais perigosa ameaça terroristas desde o 11 de Setembro e este presidente parece não ter a vontade ou ser capaz de fazer face a isso”.
A governadora Republicana da Carolina do Sul disse que se os Republicanos estivessem na Casa Branca “teríamos acordos internacionais a ser celebrados em Israel e serem alvo de protestos no Irão e não ao contrário".
“Os nossos amigos e inimigos saberiam que a América quer a paz mas quando lutamos ganhamos”, acrescentou.
A governadora da Carolina do Sul criticou no entanto, ainda que indiretamente, a campanha anti-imigração que se faz sentir na campanha á presidência por parte de alguns candidatos Republicanos, recordando ser filha de imigrantes indianos.
“Imigrantes têm estado a chegar ao nosso país há muitas gerações para viverem o sonho que é a América”, disse Haley.
“Em tempos de ansiedade é tentador seguir os apelos das vozes mais irritadas”, acrescentou a governadora.
“Temos que resistir a essa tentação. Ninguém que está pronto a trabalhar arduamente, a obedecer ás nossas leis e a amar as nossas tradições deve sentir-se rejeitado neste país”, acrescentou