O vírus do Ébola é transmitido entre humanos através do contacto directo com fluídos corporais contaminados, sendo o sangue o mais infeccioso, fezes e vómitos.
Este vírus também foi detectado no leite materno, urina e sémen. Em pessoas do sexo masculino, o vírus pode persistir no sémen até pelo menos 70 dias, havendo um estudo que sugere que persista mais de 90 dias.
A saliva e as lágrimas também podem acarretar algum risco. Contudo, os estudos que implicam estes fluídos corporais foram demasiado limitados no que toca ao tamanho da amostra e os resultados foram inconclusivos. Na investigação da saliva, o vírus foi encontrado maioritariamente em doentes num estado grave da doença. O vírus inteiro nunca foi isolado do suor.
O vírus do Ébola também pode ser transmitido indirectamente, através do contacto com superfícies e objectos contaminados. O risco de transmissão nestes casos é baixo e pode ser reduzido através da limpeza e desinfecção adequadas da superfície.
Não se contamina pelo ar
O vírus do Ébola não é uma infecção que se possa apanhar pelo ar. A contaminação pelo ar entre humanos implica inalação de uma dose infecciosa do vírus de nuvem suspensa de pequenas gotículas secas.
Esta forma de transmissão não foi observada durante as investigações intensivas sobre o Ébola em todos estes anos.
O senso comum e a observação diz-nos que a propagação do vírus através da tosse ou espirro é rara, se é que acontece. Dados epidemiológicos do surto não são consistentes com o padrão da propagação de vírus que se contagiam pelo ar, como os que causam o sarampo e a varicela, ou a bactéria que causa a tuberculose.
Teoricamente, gotículas frescas e grandes de um indivíduo infectado num estágio avançado, que tenha sintomas respiratórios causados por outras condições ou que vomite muito, podem transmitir o vírus - numa distÂncia curta - para outra pessoa que esteja próxima.
Isso pode acontecer quando gotas carregadas com o vírus nos atingem directamente, pela tosse ou espirro (o que não significa tratar-se de contaminação através do ar) nas membranas da mucosa ou em escoriações de outra pessoa.
A Organização Mundial de Saúde não tem conhecimento de quaisquer investigações que documentem este tipo de contaminação.
Pelo contrário, estudos credíveis de surtos de Ébola anteriores monstram que todos os casos de infecção referiam-se a contacto directo com pacientes sintomáticos.
Não há provas de mutação do vírus
Os cientistas não têm conhecimento de nenhum vírus que tenham alterado a sua forma de transmissão dramaticamente. Por exemplo, o H5N1, ou gripe das aves, que provocou casos esporádicos desde 1997, é actualmente endémica em galinhas e patos em muitas partes da Ásia.
Esse vírus provavelmente circulou entre muitos milhões de pássaros durante pelo menos duas décadas. A sua forma de transmissão mantém-se basicamente a mesma.
A especulação de que o Ébola poderá sofrer uma mutação que provocará uma fácil propagação entre humano através do ar é apenas isso: especulação, não substanciada em qualquer prova.
Este tipo de especulação é infundada mas compreensível, à medida que as autoridades tentam controlar a rapidez com que o surto se propaga.
Para parar com este surto é preciso implementar mais medidas - numa escala muito maior - medidas de protecção e prevenção. Várias evidências já demonstraram a eficácia do vírus.