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Novos regulamentos dificultam entrada de estudantes no ensino superior em Angola


Na Universidade Mandume Ya Ndemufayo pouco mais de um terço das vagas foram ocupadas
Na Universidade Mandume Ya Ndemufayo pouco mais de um terço das vagas foram ocupadas

Os exames de acesso às universidades angolanas para o ano académico de 2019 estão a ser marcadas pelas dificuldades dos candidatos em obter a nota 10, a mínima exigida pelos regulamentos para se tornar estudante universitário.

Como consequência, várias instituições de ensino superior um pouco por todo o país estão a ser forçadas a realizar as segundas chamadas depois do fracasso nas primeiras para preencher as vagas disponíveis.

Na Universidade Mandume Ya Ndemufayo, no Lubango, província da Huíla, por exemplo, das 2.050 vagas disponibilizadas na primeira chamada, apenas 862 foram ocupadas.

No Huambo, só 38 dos 227 candidatos às 90 vagas da Faculdade de Ciências Agrárias (FCA), aprovaram após a segunda chamada.

O decreto presidencial que coloca este condicionamento para alguns académicos na Huíla veio destapar as debilidades que muitos jovens trazem do ensino médio.

Para o professor Hitchica Ernesto, é preciso que os docentes nos níveis pré-universitários revejam os procedimentos de ensino para atacar o problema.

“Todos os professores, principalmente os especialistas formados nessas áreas, devem fazer um esforço de aplicar tudo quanto aprenderam diversificando os métodos buscando os melhores meios de ensino possível para que esses alunos possam ter sucesso”, defende Ernesto.

Para o vice-reitor da Universidade Mandume Ya Ndemufayo para a área académica e vida estudantil, Caluyna Pedro, os resultados até aqui se têm revelado desastrosos.

O académico sugere mesmo ser necessário o ensino superior descer às bases para buscar soluções.

“Identificou-se o problema, então é preciso que o ensino superior agora desça e tente ajudar o problema. Porque quem forma os professores para a base somos nós, nas universidades também temos meia-culpa, está tudo ligado, é uma cadeia. Esses resultados são desastrosos e mostram realmente que há um problema sério e quando há um problema sério com a massa cinzenta do país, então é um problema seríssimo”, sustenta Pedro.

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