Links de Acesso

Novo ano letivo em Angola arranca com velhos problemas


Escola no Lubango, capital da Huíla, Angola (Foto de Arquivo)
Escola no Lubango, capital da Huíla, Angola (Foto de Arquivo)

Sindicatos pedem mais investimentos na Educação e saúdam abertura de concurso para novos professores

O ano lectivo 2023/2024 no ensino-geral em Angola aberto oficialmente na sexta-feira, 1, acontece pouco depois do Ministério da Educação ter anunciado para este ano um concurso público para o ingresso de cerca de 11 mil novos professores.

Huíla com 1.885, Benguela com 1.649 e Luanda com 1.414 serão as províncias com mais vagas disponíveis contra 125 para o Bengo que serão contratados no âmbito do mesmo concurso.

Novo ano letivo em Angola arranca com velhos problemas
please wait

No media source currently available

0:00 0:02:47 0:00

António Pedro, da Associação Só Pedagogia e Didáctica (SPD), que em 2022 liderou a campanha em prol de centenas de candidatos não admitidos, dos concursos anteriores denominada“ com positiva não se reprova”, saúde o anúncio, mas revela que os números não vão resolver o défice actual de professores.

“As onze mil vagas serviriam apenas para as províncias de Benguela e Huíla, só assim poderia haver qualquer efeito tendo em conta aquilo que são as necessidades. Se essas vagas foram geradas tendo em conta os professores que foram à reforma que faleceram e que abandonaram as carreiras então significa que não teremos professores novos”, afirma Pedro.

João Simão Domingos secretário-geral provincial do Sindicato Nacional de Professores e Trabalhadores do Ensino Não Universitários, (SINPTENU), também apoia os números, mas lembra que os docentes em funções vivem problemas básicos, agravados com a desvalorização acentuada do kwanza e a consequente perda do poder de compra.


“O Estado tem que fazer mais e tem que continuar a fazer porque o professor não pode viver como um mendigo. O professor não pode ser aquele que quando vai a um banco solicitar um crédito automóvel e quem está do outro lado do balcão olha para ele e começa a rir porque sabe que o professor é um miserável”, diz.

Para o Sindicato Nacional de Professores (SINPROF) na Huíla muitos dos problemas com que se debate o sector da educação devem-se a ausência de investimentos a sério.

O secretário provincial João Francisco pede que de uma vez por todas, se revejam os investimentos na educação.

“Não há diversificação da economia, não há quadros competentes se nós não tivermos um investimento forte na educação. Se nós que estamos nessa região quando ficamos doentes corremos para a Namíbia é porque a Namíbia tem bons profissionais. Para ter bons profissionais na saúde é porque o Governo namibiano investiu bem na educação, a Namíbia já dá dois dígitos do OGE na educação, nós ainda não conseguimos chegar lá”, aponta aquele sindicalista.

Para o ano letivo 2023/2024 o Governo angolano fez saber que um milhão 560 mil e 308 crianças vão ingressar pela primeira vez no sistema de ensino.

Fórum

XS
SM
MD
LG