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Nobel da Paz: “O povo iraniano irá desmantelar a obstrução e o despotismo”, diz Narges Mohammadi


Ali e Kiana Rahmani, filhos de Narges Mohammadi, presa no Irão, recebe o Prémio NJobel da Paz em Oslo, Noruega, 10 dezembro 2023
Ali e Kiana Rahmani, filhos de Narges Mohammadi, presa no Irão, recebe o Prémio NJobel da Paz em Oslo, Noruega, 10 dezembro 2023

Filhos da defensora dos direitos humanos, detida no Irão, receberam o Prémio Nobel da Paz

A vencedora do Prémio Nobel da Paz de 2023, a iraniana Narges Mohammadi, classificou o Governo de Teerão de “tirânico e anti-religioso contra as mulheres”, no discurso proferido neste domingo, 10, em Oslo, pelos filhos gémeos, que aceitaram o prémio no lugar dela, em virtude de se encontrar presa no Irão.

Mohammadi, que fez campanha contra o uso obrigatório do hijab e a pena de morte, está detida desde 2021 na prisão de Evin, em Teerão.

Os filhos, Ali e Kiana, ambos exilados em França desde 2015, leram o discurso que Mohammadi conseguiu enviar, de forma secreta, da prisão, na cerimónia de entrega do prémio hoje.

"Sou uma mulher do Médio Oriente e venho de uma região que, apesar da sua rica civilização, está agora encurralada no meio da guerra, do fogo do terrorismo e do extremismo", disse ela numa mensagem escrita "atrás dos muros altos e frios de uma prisão".

“O povo iraniano irá desmantelar a obstrução e o despotismo através da sua persistência”, acrescentou Mohammadi dizendo que “não tenha dúvidas, isso é certo”.

No discurso, ela se apresentou como "uma mulher iraniana, uma contribuidora orgulhosa e honrada para a civilização, que está atualmente sob a opressão de um Governo religioso despótico”.

Uma cadeira foi deixada simbolicamente vazia na cerimónia, onde foi exposto um retrato de Mohammadi.

Narges Mohammadi foi presa e condenada várias vezes nas últimas décadas e os seus filhos não a veem há quase nove anos.

Ela é uma das líderes do movimento “Mulher, Vida, Liberdade” que procura o fim da imposição do lenço de cabeça por parte do Irão a todas as mulheres e o fim do Governo liderado por clérigos muçulmanos.

Mohammadi é há anos uma proeminente defensora dos direitos humanos no Irão e desde 2010 foi presa 13 vezes, e encontra-se agora condenada a 31 anos de prisão.

O marido, o activista político Taghi Rahmani, vive exilado em Paris com os seus dois filhos.

C/AFP

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