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Angola Fala Só "Nacionalidade não se julga pelo sotaque," Charlebois Poaty


Charlebois Poaty, músico e espiritualista ligado ao candomblé e umbanda
Charlebois Poaty, músico e espiritualista ligado ao candomblé e umbanda

Deus deu a Angola todas as riquezas do mundo, mas deu-lhe também governantes que roubam, disse o cantor e autodenominado “médico espiritualista” Charlebois Poaty.

Falando no programa “Angola Fala Só” Poaty disse que em Angola apesar das mudanças trazidas com o presidente João Lourenço o país continua a ser mal governado.

“O povo não tem emprego, não tem medicamentos, a maioria do povo, principalmente os jovens, andam pelas ruas a vender”, disse.

“Boa governação não há”, acrescentou afirmando ainda que “o combate à corrupção significa que não há boa governação”.

8 de Maio Angola Fala Só - "Sotaque não é nacionalidade" diz Charlebois Poaty
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Charlebois Poaty disse que deu no entanto apoio às medidas do governo de combate à epidemia do coronavírus.

“Isso são medidas que o povo tem que acatar”, afirmou avisando que “a população dos suburbios das cidades não as cumpre”.

Nessas zonas, disse, “há bebida, kizomba, jogo de cartas, vinho, cerveja mulheres, sexo e música”.

“O governo deve colocar forças de segurança nas zonas suburbanas porque se a doença matar muitas pessoas o peso da consciência vai cair no governo e no presidente João Lourenço”, disse o cantor e “espiritualista” para quem “felizmente o presidente está a lutar para o povo cumpri”.

Depois de afirmar que é militante da UNITA e que tenciona candidatar-se e vencer as eleições municipais no município de Viana por esse partido para depois ser governador de Luanda, Charlebois Poaty disse que como cantor “coloco no meu corpo as bandeiras de todos os partidos porque canto para o povo”.

Interrogado sobre o ex-presidente José Eduardo dos Santos o cantor disse que “há que respeitar os mais velhos e os sobas”.

“Eduardo dos Santos é um soba,” disse.

“Eu sei que como ser humano ele falhou do lado da economia e a sua equipa desviou dinheiro”, acrescentou para afirmar ainda que “coitado, o Zédu não sabia”.

Interrogado sobre o facto de dos Santos manter o silêncio não fazendo declarações públicas sobre as acusações contra si e a sua família, Charlebois Poaty respondeu:

“O presidente Eduardo dos Santos vai falar o quê se os seus colegas o estão a humilhar e não reconhecem o que ele fez por Angola” .

Para o cantor, o antigo presidente deixou um legado como as centralidades e outras infraestruturas “mas de João Lourenço ainda não vimos talvez porque esteja há pouco tempo no governo”.

Para o autodenominado “médico espiritualista” João Lourenço deveria ter mantido negociações secretas com as pessoas que “roubaram dinheiro de Angola” exortando-as a devolverem parte desse dinheiro e só depois disso é que se iniciariam processo juridicos.

Charlebois Poaty negou enfaticamete ser “congolês” como alegado por um internauta.

“Não se pode julgar a origem de um angolano pelo seu sotaque”, disse em referência ao seu forte sotaque francês.

Ele disse ter nascido na fronteira de Cabinda e defendeu o diálogo para se discutir o futuro de Cabinda, embora ele considere -se angolano, e ser apenas “uma franja da população que quer a independência”.

“Se Cabinda é Angola, então eu sou angolano”, disse.

Ao longo do diálogo Charlebois Poaty disse ter grandes poderes espirituais e disse que foi ele quem levou Angola ao mundial de 2006 graças à vitória sobre o Ruanda nos jogos de qualificação.

“A vitória sobre o Ruanda foi graças a uma grande macumba e feitiço”, disse.

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