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Falta de autocarros em Maputo favorece negócio dos "chapas"


Transporte colectivo em Maputo
Transporte colectivo em Maputo

"A situação dos transportes é má, muito má, principalmente na hora de ponta"

Todos os dias dezenas de milhar de passageiros enchem os “chapas” para se dirigirem a Maputo, a capital moçambicana.

As autoridades da cidade indicam estar a trabalhar num plano de transportes que irá acabar com aquelas viaturas.

Todavia, não está claro qual será a alternativa, já que existem apenas 200 autocarros municipais que servem uma cidade de quase dois milhões de pessoas.

Trata-se de uma cena familiar em Maputo – um chapa descoberto circulando pelos bairros de lata que rodeiam a cidade, cheio de passageiros que se empilham na carruagem.

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Faz parte da rotina diária de milhares de pessoas – e muitos dizem que já estão fartos.

A situação dos transportes é má, muito má, principalmente na hora de ponta.

As autoridades referem não se ter registado qualquer acidente de vulto com estes veículos, com os ferimentos muitas vezes a não serem divulgados como refere Júlia Chilaule.

Apesar do que lhe aconteceu Chilaule continua a usar este meio de transporte.

As autoridades sublinham desejar acabar com este género de transporte, mas que tal não é fácil, como refere o responsável pelos transportes de Maputo.

Os velhos, e estafados táxis de 15 lugares ainda enchem as ruas, embora percorram apenas pequenas distâncias, já que as deslocações de maior distância continuam a depender dos “chapas”.

Com a economia Moçambicana a conhecer um crescimento significativo, é cada vez maior o número de pessoas que se dirigem à capital. O salário médio é de 100 dólares, e em média vinte por cento destina-se ao transporte.

O ano passado a cidade adquiriu 150 novos autocarros à empresa indiana Tata. Foi uma compra controversa por que o presidente Armando Guebuza é accionista da subsidiária local.

Um terço daquelas viaturas encontra-se já fora de serviço, por que a aquisição não incluía o fornecimento de sobressalentes ou treino.

Recentemente a municipalidade esgotou o combustível, não operando durante uma semana, deixando os utilizadores ainda mais à mercê dos “chapas”.
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