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Moçambique: mais energia, mas com menos qualidade


Populares em Manica queixam-se que África do Sul e Zimbabué recebem energia de boa qualidade de Moçambique.

O número de consumidores de energia eléctrica quintuplicou nos últimos 10 anos na provincia moçambicana de Manica, mas a quantidade e a qualidade da electricidade distribuida continua baixa e problemática.

A conclusão é do próprio Governo.

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Os consumidores de energia passaram de 15.935 em 2005 para 78.281 em 2015 nos 12 distritos da província, a única com duas hidroelétricas, a de Chicamba e Mavuzi – em reabilitação desde 2014 para substituir peças coloniais já gastas –, correspondendo a uma cobertura de 33 por cento.

“O Governo reconheceu os esforços que estão sendo levados a cabo em todo o país para a electrificação dos distritos e postos administrativos, muito em particular na nossa província, embora se registem alguns problemas que são conhecidos relacionados com a qualidade de energia e as restrições de fornecimento”, declarou Estêvão Rupela, porta-voz do Governo de Manica.

Rupela reconhece assim o défice do serviço prestado pela estatal Electricidade de Moçambique (EDM), que detém o monopólio na distribuição de energia no país, lembrando, no entanto, que o Governo tem feito um esforço adicional na procura de soluções em energias renováveis.

Além da energia da rede nacional, pelo menos 11 mini-hídricas estão a beneficiar 473 consumidores e outros 244 consumidores recebem energia atráves de centrais solares nos postos administrativos de Chinhambuzi, Nhamassonge, Mungare, Mavonde, Buzua e Nguauala.

Contudo, alguns populares consideram que a qualidade e a quantidade de energia distribuída no país estão muito abaixo dos padrões mínimos da região, apesar de Moçambique fornecer energia aos países vizinhos, como o Zimbabué e África do Sul.

“No meu bairro se não se arrancam as lâmpadas às 15 horas não acendem mais devido à fraca qualidade de energia. Geleiras e fogões não funcionam à noite, mas a África do Sul e Zimbabué têm melhor qualidade, até com zonas onde apagão é um escândalo, enquanto para nós é o pão de cada dia”, disse Ester Jonasse, moradora do bairro Tambara 2 em Chimoio.

Juvencio Luís, morador do bairro da Soalpo, tem a mesma percepção, e defende que a expansão da energia devia ser proporcional à qualidade, por agora a electricidade expandida não estar a satisfazer os beneficiários.

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