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Moçambique: Residentes amotinam-se para exigir libertação de "justiceiros" na Maluana


Residentes amotinados junto do posto policial em Maluana, Manhiça, Moçambique, em 27 de Junho de 2022
Residentes amotinados junto do posto policial em Maluana, Manhiça, Moçambique, em 27 de Junho de 2022

Nove pessoas foram detidas e acusadas de envolvimento no assassinato de sete pessoas alegadamente devido ao roubo de gado

Dezenas de residentes do posto administrativo da Maluana, no distrito da Manhiça, 100 quilómetros da cidade de Maputo, amotinaram-se nesta segunda-feira, 17, na esquadra local, a exigir a libertação de nove membros da comunidade, detidos na semana passada, em conexão com a morte de sete alegados ladrões de gado, incluindo quatro agentes da Polícia da República deMoçambique (PRG).

Os residentes dizem que os detidos agiram em defesa dos interesses da população que há muito vem sendo vítima de roubo de gado perante o que consideram ser o olhar impávido da polícia e dizem que não vão abandonar a esquadra, enquanto não verem os seus vizinhos livres.

"Nós queremos que as pessoas detidas sejam soltas, porque não tem qualquer culpa" disse um dos membros da comunidade.

Um agente da polícia, cujo nome não quis que fosse revelado, disse ter escapado ao linchamento popular, por ter sido confundido com o filho de uma residente da comunidade.

"Obrigaram-me a tirar o boné e a despir o uniforme mas, por sorte, alguém me confundiu com alguém da comunidade e foi assim que escapei", contou.

O sobrevivente faz parte de um total de quatro agentes da PRM, que caíram na justiça popular, quando foram parar ao local onde três alegados ladrões de gado, tinham sido enterrados vivos pela população.

Os restantes quatro polícias acabaram tendo o mesmo destino.

"Estamos cansados de ser roubados. Aos ladrões nós fazemos a nossa justiça", acrescentou outro membro da comunidade.

Uma equipa do Instituto de Medicina Legal é esperada ainda para proceder à exumação dos corpos que caíram na justiça popular.

O comando-geral da PRM diz estar a acompanhar a investigação e que ainda não há conclusões.

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