A candidatura de Mbanza Congo obteve votação unânime dos membros do Comité do Património Mundial da UNESCO e foi recebido com satisfação pelo historiador Jaka Jamba, que representou Angola junto daquela agência da ONU até 2009.
Jamba considera que a eleição de Mbanza Congo “orgulha a todos os angolanos e africanos da região, em geral”.
O historiador afirma que não se pode ignorar o papel da região Congo no reencontro com outras civilizações e recomenda a preservação do seu acervo e herança histórico-cultural.
Para Jaka Jamba, esta “é uma grande oportunidade para o país promover o turismo na província”.
Herança
Desde a fundação do reino do Kongo no século XIII, a cidade de Mbanza Kongo foi a sua capital, o centro político, económico, social e cultural, sede do rei e a sua corte, e como tal o centro das decisões.
Mbanza Kongo foi, no século XVII, a maior vila da Costa Ocidental da África Central, com uma densidade populacional de 40 mil habitantes (nativas) e quatro mil europeus.
Com o seu declínio, a cidade que se encontrava no centro do reino em plena “idade de ouro” transformou-se numa vila mística e espiritual do grupo etnolinguístico kikongo e albergou as Repúblicas de Angola, Democrática do Congo, Congo Brazzaville e Gabão.
O director do Comité do Património Mundial da UNESCO, Edmond Moukala, também foi citado como tendo recomendado a implementação de um programa de relançamento das indústrias culturais, de forma a gerar emprego e desenvolvimento sustentável na cidade do Mbanza Kongo.