A organização Ondjango Feminista levou este Sábado, 18 de Março, mais de uma centena de mulheres e homens a marcharem pela despenalização do aborto, desde o cemitério do Santana até ao Largo das Heroínas, em Luanda.
Para a Ondjango Feminista a criminalização do aborto, sem qualquer excepção "é um retrocesso na luta pelo reconhecimento dos direitos das mulheres e uma violação grosseira das garantias e postulados constantes do Protocolo de Género, o que motivou a marcha desta manhã.
Sizaltina Cutaia, da organização, diz que não se pode tratar de uma matéria social, que implica justiça, com base nas crenças religiosas, embora entenda a posição da igreja Católica, que admite que os casos de excepção, como violações e estrupos, sejam tratados como tais e mostra-se disponível para ajudar as mulheres.
Mas isso por si só não resolve a questão e para quem marchou em Luanda criminalizar só agrava a situação, aumentando os abortos clandestinos e as consequências por vezes fatais que advêm dos mesmos.
Sizaltina Cutaia afirma que os politicos devem tratar as questões da sociedade junto dela “e que a criminalização só agrava não evita”.
Entre as várias vozes pelas redes sociais, de destacar a filha do Presidente angolano e presidente do Conselho de Administração da Sonangol, Isabel dos Santos, que se juntou ao coro de vozes contra a nova lei do Código Penal que criminaliza sem excepções a interrupção do aborto.
Na sua conta de Instagram, a empresária colocou um slogan em que se pode ler “Eu digo não à criminalização das mulheres”.
Na Sexta-feira, 17 de Março, o MPLA pediu o adiamento da aprovação do código penal.