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Maputo: Movimento cívico quer ajuda externa mais eficaz


Mercado central, Maputo
Mercado central, Maputo

Apesar da ajuda ter crescido ao longo da última década,o seu impacto continua invisível para os moçambicanos

Organizações da sociedade civil moçambicanas estão preocupadas com a ineficácia da ajuda externa canalizada ao país.Esta posição foi apresentada, esta quinta-feira, no decurso de uma conferência regional africana sobre a eficácia da ajuda externa, que decorre em Maputo.

Segundo estas organizações,apesar da ajuda ter crescido ao longo da última década,o seu impacto continua invisível para os moçambicanos.

Dados divulgados pelo Grupo Moçambicano da Dívida (GMD),um movimento cívico nacional, entre 2003 e 2009 o país recebeu e gastou 10 mil milhões de dólares provenientes da ajuda externa.Contudo,os resultados do último Inquérito sobre os Orçamentos Familiares,realizado pelo Instituto Nacional de Estatística indicam, de forma geral, que os índices da pobreza aumentaram de 54,1% para 54,7%.

Aquele grupo diz ter realizado um levantamento a nível nacional e resultados apontam na mesma direcção do inquérito oficial e refere os condicionalismos impostos pelos doadores e a aplicação dos fundos ao nível nacional,como as razões fundamentais da ineficácia.

“Nós sabemos que ainda há muitos condicionalismos” para a concessão, disse Eufrigínea dos Reis Manoela, coordenadora nacional do grupo, acrescentando que,no entanto, “há responsabilidades internas que nós temos de assumir”.E adiantou ainda:“A priorização da ajuda não tem sido de uma maneira muito participativa, isto é, aquilo que são as necessidades reais do país não tem recebido atenção devida, com relação à ajuda que chega ao país”, disse a coordenadora do GMD, realçando a sua oposição uma planificação baseada, apenas, em definições baseadas em “prioridades macro”.

No seu posicionamento sobre a eficácia da dívida, o GMD critica a falta de transparência dos critérios da ajuda por parte dos doadores e a “falha” na prestação de contas por parte do governo, considerando que “a prestação de contas não deve se limitar apenas entre o governo e doadores, deve ser extensiva a todos os cidadãos.

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