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Mali iniciou conversações com os militantes da al-Qaida


Mahmoud Dicko
Mahmoud Dicko

A preservação da integridade territorial do Mali é essencial

O Alto Conselho Islâmico do Mali iniciou conversações com os militantes Islamitas da al-Qaida que controlam a metade norte do país e que tentam impor uma interpretação radical da Sharia.

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Em Bamako, o presidente do conselho que afirmou ser ainda possível uma solução pacífica para a crise.

O presidente do Alto Conselho Islâmico do Mali, o Imã Mahamoud Dicko, é um dos vários dirigentes nacionais e regionais que tentam uma mediação com os grupos armados do Norte.

Dicko conhecido por ser um Imã altamente conservador, pode estar particularmente bem colocado para alcançar progressos.

Dicko disse à Voz da Américas que as conversações estão a avançar devagar mas com progressos.

Os militantes, sublinhou, não fecharam a porta às negociações. Estão disponíveis. Todavia em que grau e com que objectivo, ainda não se sabe.

Os militantes islamitas estabeleceram tribunais para resolver disputas económicas tais como uso da terra ou heranças, bem como questões como roubos ou embriagues.

A interpretação estrita da lei Islâmica conduziu já à morte por apedrejamento de um casal não casado, à amputação de membros ou até à proibição de música não islâmica, o que Dicko classifica de excessivo.

Dicko sublinha que não se pode impor pela força uma forma de vida às pessoas, especialmente no que diz respeito à fé e a espiritualidade. Acrescenta ser esta mensagem que transmitiu e vai continuar a transmitir aos dirigentes militantes.

Manifestou-se optimista que eles o entendam, mas que se deve avançar rapidamente, por que a situação não pode permanecer indefinidamente.

Dicko já visitou a cidade nortenha de Gao onde foi recebido pelo responsável da al-Qaida que controla a cidade, o Movimento para Jihad na África Ocidental.

Dicko acrescentou já ter falado pelo telefone com Iyad ag Ghaly, o dirigente maliano Tuaregue que fundou o grupo extremista, Ansar Dine, que significa “Defensores da Fé”.

O grupo tem um relacionamento com a al-Qaida do Magrebe Islâmico.

Dicko referiu que os dois estão a arranjar um frente a frente, e que as conversações são baseadas no Islão e destinam-se a complementar as iniciativas de negociação por parte do governo maliano e os dirigentes regionais.


Dicko destaca que os guerrilheiros são uma minoria no seio da comunidade Muçulmana do Mali, sendo assim que têm de ser considerados. Uma delegação ira comunicar as conclusões do estudo da situação e a interpretação da Sharia.

Segundo ele os militantes devem conformar-se com os desejos da comunidade em geral para pouparem a nação a maior desagrado.

Dicko sublinhou ainda que a preservação da integridade territorial do Mali é essencial, mas não indicou se o Mali poderá explorar um compromisso como na Nigéria, onde certos estados do Norte optaram por impor a legislação Islâmica.
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