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Mali: Candidatos defendem reconciliação e unidade do país


Combatentes do grupo rebelde tuaregue MNLA (Arquivo)
Combatentes do grupo rebelde tuaregue MNLA (Arquivo)

Kidal continua a ser no entanto a grande incerteza apesar do acordo com os tuaregues que abre possibilidades para a realização de eleições nesta cidade no extremo norte do país

Os malianos colocam a paz e a estabilidade no topo das prioridades para o próximo presidente da república a ser eleito. Este Domingo têm lugar as eleições que deverão igualmente pôr cobro as tensões que persistem na região de Kidal, no extremo norte do Mali após a libertação da do norte por forças estrangeiras.

A cidade de Kidal está sob a ocupação do grupo separatista tuaregue do MNLA, desde o início da intervenção militar liderada pela França contra os grupos islâmicos no norte do Mali em Janeiro.

Os 27 candidatos as eleições presidenciais malianas têm tentado manter um delicado equilíbrio a propósito desta situação naquela cidade, e prometem ser intransigentes em questões de segurança isso enquanto segundo eles, o país deve seguir pela via de reconciliação.

A única candidata nestas eleições, Aichata Chada Haidara, por sinal deputada da Assembleia Nacional, na cidade de Bourem também no norte do Mali, tem sido uma das poucas vozes críticas em relação a rebelião do MNLA.

A candidata maliana diz não estar contra o diálogo, mas que é preciso um diálogo que inclua todos os malianos. Para ela se não houver solução por via do diálogo, deve-se usar a força. Adianta que mostrou ter capacidades para resolver esse problema pelo diálogo e que senão, haverá de ser pela força.

O candidato Ibrahim Boubacar Keita foi o primeiro dos quatro candidatos em vantagem a fazer campanha eleitoral em Kidal, que fica a mil seiscentos quilómetros da capital Bamako e bastião da rebelião tuaregue.

Ali reside menos de um por cento dos eleitores registados, mas enquanto berço da rebelião, tornou-se num palco para a afirmação do simbolismo destas eleições.
Falando em Kidal, Keita disse que são essas divisões que conduziram o Mali a situação em que se encontra actualmente, e que era tempo de mudança.

Keita disse que vai trabalhar para fazer do Mali um país de irmãos e de solidariedade que sempre foi. Adiantou e citamos – “precisamos de pôr o país novamente em condições e com a vontade de Deus, eu irei fazer isso.”

O último dos candidatos bem posicionados a visitar Kidal é Soumalia Cissé, e disse ontem que esteve ali para se inteirar das necessidades com vista a reconstruir um Mali como “um país indivisível.”

A possibilidade de alargamento da realização de eleições a Kidal neste Domingo só tornou-se possível graças a um acordo provisional assinado entre os rebeldes e o governo a 18 de Junho. O acordo apelou ao cessar-fogo de forma a permitir as eleições e fazer com que partes das tropas malianas fossem permitadas a entrar no território assim como o retorno da administração pública a zona rebelde.

Contudo persistem tensões descritas como muito elevadas com sinais de violência. Seis agentes eleitorais chegaram a ser sequestrados e libertados mais tarde.
O mediador do acordo de Junho, Tiebele Drame, também candidato presidencial, decidiu retirar-se da corrida afirmando que o país, e particularmente Kidal, não estão prontos para estas eleições.

Esta é a quarta vez que os tuaregues lutam pela independência desde 1960. Os levantamentos anteriores sempre terminaram com assinatura de acordos de paz e promessas jamais cumpridas
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