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Mísseis russos atingem a Ucrânia na véspera de Ano Novo


Bombeiros extinguem um incêndio próximo de casas destruídas durante um ataque russo em Kyiv, na Ucrânia, 31 de dezembro de 2022
Bombeiros extinguem um incêndio próximo de casas destruídas durante um ataque russo em Kyiv, na Ucrânia, 31 de dezembro de 2022

Na véspera do Ano Novo, mísseis russos choveram sobre a Ucrânia em todo o país. Pelo menos uma pessoa foi morta e 28 terão sido feridas, quando oito grandes explosões abalaram a cidade de Kyiv.

O presidente camarário de Kyiv, Vitali Klitschko, disse que a morte foi registada no distrito de Solomianskyi, no oeste, e que entre os 11 feridos em Kyiv está um jornalista japonês e outra pessoa em estado crítico.

Klitschko alertou os moradores para permanecerem em abrigos.

No centro de Kyiv, mísseis atingiram edifícios residenciais, incluindo um hotel, bem como o Palácio da Ucrânia e uma sala de concertos.

Explosões também foram reportadas noutras regiões da Ucrânia, incluindo Donetsk.

O presidente da câmara de Kramatorsk, Oleksandr Honcharenko, disse que um ataque com míssil atingiu alvos numa zona industrial, mas nenhuma vítima foi reportada. O governador de Mykolaiv, Vitaliy Kim, disse que, pelo menos, seis pessoas ficaram feridas na cidade.

O vice-chefe do gabinete do presidente, Kyrylo Tymoshenko, disse que duas pessoas ficaram feridas num ataque com míssil, na cidade ocidental de Khmelnytskyi.

Na cidade de Zaporizhzhia, no sudeste, edifícios residenciais foram danificados, mas as informações sobre vítimas e destruição estão sendo esclarecidas, disse Tymoshenko.

Onda intensiva

A onda de ataques da Rússia ocorre três dias depois de outra contra a Ucrânia, a 29 de Dezembro.

O ministério da Defesa da Grã-Bretanha alertou numa actualização de inteligência que a Rússia deve continuar uma “onda intensiva” de ataques de longo alcance na Ucrânia, “principalmente visando a rede de distribuição de energia”.

“É quase certo que a Rússia está a seguir essa abordagem na tentativa de sobrepujar as defesas aéreas ucranianas. Existe uma possibilidade realista de que a Rússia quebre esse padrão para atacar novamente, nos próximos dias, num esforço para minar o moral da população ucraniana durante o período de férias do ano novo,” disse o minitério no Twitter.

Discurso combativo

Num combativo discurso de Ano Novo, o presidente russo, Vladimir Putin, disse no sábado (31), que a Rússia nunca cederia às tentativas do Ocidente de usar a Ucrânia como uma ferramenta para a sua destruição.

Na mensagem de vídeo transmitida pela TV estatal, Putin disse que a Rússia está a lutar na Ucrânia para proteger a sua "pátria" e garantir a "verdadeira independência" do seu povo.

Ele acusou o Ocidente de mentir sobre a Rússia e de provocar Moscovo a lançar o que chama de "operação militar especial" na Ucrânia.

"Durante anos, as elites ocidentais hipocritamente nos garantiram as suas intenções pacíficas", disse Putin no discurso gravado na frente de militares russos.

"Na verdade, de todas as maneiras possíveis, eles estavam a encorajar neonazistas que praticavam terrorismo aberto contra civis em Donbass", disse Putin.

"O Ocidente mentiu sobre a paz", disse Putin. "Estava a preparar-se para a agressão... e agora eles estão cinicamente a usar a Ucrânia e o seu povo para enfraquecer e dividir a Rússia.

Putin foi citado por agências de notícias estatais russas afirmando que "nunca permitimos isso e nunca permitiremos que ninguém faça isso connosco".

Conselho de Segurança da ONU

No início do sábado, o ministro da Defesa russo, Sergei Shoigu, disse que a vitória na Ucrânia era "inevitável", ao elogiar o heroísmo dos soldados que lutam na linha de frente e aqueles que morreram durante a guerra de 10 meses.

Kyiv e o Ocidente rejeitam as reivindicações de Moscovo, chamando a invasão russa da Ucrânia de uma guerra de agressão infundada numa tentativa de tomar território e derrubar o presidente ucraniano Volodymyr Zelenskyy.

Num tweet, o ministro ucraniano das Relações Exteriores, Dmytro Kuleba, disse: “O criminoso de guerra Putin comemora o Ano Novo matando pessoas. A Rússia deve ser expulsa do seu assento no Conselho de Segurança da ONU, que sempre ocupou ilegalmente.”

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