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Luanda: Cão-polícia deixa manifestante em estado grave


Um jovem manifestante ficou gravemente ferido durante a manifestação do passado sábado, 23, em Luanda quando foi atacado por um cão-polícia que “quase lhe arrancou os testículos”, disse Geraldo Dala, porta-voz da organização de protestos contra o desemprego que ocorreram em várias cidades angolanas.

Cão polícia deixa manifestante em estado grave - 2:07
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Além de Luanda, desempregados manifetaram-se nas provincias de Malanje, Bengo, Uíge, Benguela e Kwanza Norte

Dala disse que, na generalidade, os protestos correram bem, excepto em Luanda, onde, segundo ele, a polícia espancou vários activistas.

“Começamos bem em Luanda, mais depois houve agressões e ferimentos de vários activistas”, denunciou o activista, cuja organização vai processar criminalmente o superintendente Lazar da Conceição, director das operações do Comando Provincial da Policia de Luanda, que terá dirigido as forças policiais no local dos protestos.

“Temos muita gente ferida e não nos resta outra coisa a fazer se não responsabilizar criminalmente o superintendente Lazar da Conceição", garantiu.

“Tivemos um menino que ficou gravemente ferido e teve que ser operado no (hospital) Maria Pia porque um dos cães da polícia quase que lhe arrancava os testículos”, acrescentou Dala.

A VOA contactou sem sucesso o comando provincial da Polícia de Luanda

O activista afirmou ainda que será entregue nos próximos dias um memorando com um plano dos jovens desempregados no país.

Por seu lado, Francisco Teixeira, presidente do Movimento dos Estudantes Angolanos, presente no protesto de Luanda, considerou que a maior dificuldade na política de empregabilidade está na excessiva partidarização das instituições do Estado e a falta de práticas nas formações dos jovens.

“É importante que haja uma despartidarização das instituições do Estado para que possa haver oportunidade para todos”, defendeu.

Benguela - Cães e cavalos desviaram manifestantes do palácio do governador de Benguela

Em Benguela, exclusão de motoqueiros e mudança de rota na manifestação contra o governador de Benguela, com a Polícia a impedir uma passagem pelo palácio, marcaram as três horas de protestos no sábado, 24.

Vários cidadãos, liderados pelo auto-denominado Movimento Revolucionário, foram confrontados com cães e cavalos quando marchavam em direcção à residência do governador da província, alvo de críticas devido ao que activistas chamam de má-gestão.

Muitos motoqueiros fizeram uma pausa no serviço de táxi para abraçar o grito pela exoneração de Rui Falcão, mas foram travados pela Polícia.

Foi sem os homens das motorizadas que a marcha seguiu, com o activista cívico Livulu Prata a apontar para a penúria alimentar em várias localidades, aliada ao que considera ser incompetência do governo provincial para lidar com essa situação.

Manifestação em Benguela 2:11
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“Repare que há muita gente a sofrer, agora por causa da fome, por isso queremos que Rui Falcão saia’’, reforça o activista.

Horas antes, numa marcha para saudar o próximo congresso da Jmpla, movimento juvenil do partido no poder, o governador negou a notícia que teria pedido a sua demissão ao Presidente João Lourenço.

Rui Falcão, que reagia a uma notícia do Novo Jornal, voltou a afirmar que o combate à corrupção está a provocar mossa em vários segmentos políticos e empresariais e acusou órgãos de informação de divulgarem notícias falsas ou ignorarem acções sbenéficas do seu Governo

‘’Muitos andam por aí a vender mensagens falsas, já me mataram na clínica São Filipe, já me demitiram, mas estamos aqui e vamos vencer. Eles querem continuar a roubar ao povo, mas não vão conseguir’’, disse Rui Falcão que prometeu continuar a luta contra a corrupção “doa a quem doer”.

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