O Presidente angolano, João Lourenço, disse haver um leque de inúmeras e diferentes oportunidades para investimentos e opções de negócio em Angola, ao intervir nesta quinta-feira, 24, na Cimeira Rússia/África, que decorre na cidade de Sochi.
“Está em curso um plano de diversificação da economia angolana, que criou um vasto espaço de negócios e condições seguras para acolher investimento estrangeiro, no sector energético, no sector mineral, na agricultura e agro-indústria, na indústria de equipamentos agrícolas, no sector das telecomunicações e outros”, afirmou Lourenço, acrescentando que “os investidores russos têm toda a liberdade para fazer as melhores opções de acordo com o interesse de cada um, num leque de inúmeras e diferentes oportunidades”.
Depois de lembrar os laços históricos entre a Rússia e África, em particular Angola, nomeadamente na luta pela independência nacional, o Chefe de Estado angolano salientou haver “hoje uma nova visão dos líderes e dos principais actores da vida política, económica e social em África, que cansada da simples exploração e exportação de nossos recursos minerais em estado bruto, defende a necessidade da industrialização do continente como condição incontornável para o seu desenvolvimento”.
“Defendemos nas nossas relações uma cooperação que nos ajude a dar esse salto qualitativo de países exportadores de matérias primas para países exportadores de produtos manufacturados e industrializados”, defendeu Lourenço, quem disse ter consiência de que “o êxito da estratégia de desenvolvimento de África deve ter como pilar estruturante a capacitação técnica dos jovens africanos, que representam o grosso da população do continente e merecem, por isso, uma atenção especial, para que se tornem nos grandes protagonistas de um futuro próspero para África”.
Neste aspecto particular, o Presidente angolano sublinhou o “grande destaque ao papel que a Rússia, num contexto diferente, desempenhou no capítulo da formação de quadros angolanos”.
João Lourenço disse esperar que a Rússia continue a contribuir na formação de angolanos nas áreas do saber mais consentâneas com a necessidade de desenvolvimento económico e social dos países africanos.
O estadista angolano classificou a Cimeira de Sochi uma iniciativa louvável a todos os títulos, pela oportunidade de diálogo e da abordagem de temas de interesse comum e lembrou haver preocupações comuns sobre as questões relacionadas com a sustentabilidade ambiental, a paz e a segurança mundial, domínios em que há "grande identidade de pontos de vista entre a Rússia e África".
A Cimeira Rússia/África, que termina hoje em Socchi, tem a presença de cerca de 30 Chefes de Estado e de Governo e marca o que observadores apontam como um ponto de viragem na política de Moscovo em relação à África.