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Liberdade no Mundo 2021: Activistas guineenses reconhecem haver longo caminho por percorrer


Jornalistas em protesto contra vandalização da Rádio Capital FM, Guiné-Bissau
Jornalistas em protesto contra vandalização da Rádio Capital FM, Guiné-Bissau

Relatório Liberdade no Mundo 2021 da Freedom House mantém a Guiné-Bissau no grupo de países parcialmente livres

A Guiné-Bissau continua no grupo de países “parcialmente livres”, revela o relatório sobre a Liberdade no Mundo 2021 da organização nãpo governamental americana, Freedom House.

O documento, referente ao ano 2020, foi publicado nesta quarta-feira, 3.

Sana Canté, presidente do Movimento de Cidadãos Conscientess e Inconformados, afirma que “mesmo não havendo ‘prisioneiros de consciência’ no país, não se pode falar da liberdade efectiva na Guiné-Bissau”.

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O activista faz, aliás, uma radiografiada actual da situação.

"As autoridades, como têm exercido a força, através da conquista do poder, têm justamente actuado sob forte regime de opressão contra todos os intervenientes sociais: contra o Ordem dos Advogados, contra a sociedade civil, contra a imprensa, contra os tribunais e contra todos aqueles que possam, de certa forma, expressar uma certa consciência de exercer esta liberdade", diz Cante.

Ao analisar a ligação entre a liberdade e os meios para se ter uma imprensa e uma sociedade civil fortes e interventivas, Bubacar Turé, vice-presidente da Liga Guineenses dos Direitos Humanos, aponta que "não obstante termos indicadores acima da média de muitos países africanos, no que concernente às liberdades de expressão e da imprensa, temos um manifesto de défice de cultura democrática nas nossas instituições".

Para Turé, "sem uma cultura democrática enraizada, sem uma interiorização dos valores da probidade pública, sobretudo na gestão da coisa pública, sem a existência de uma sociedade civil robusta e livre, uma imprensa independente dos interesses económicos e políticos, não podemos falar de um país livre.

E para sair desta situação, do grupo de países “parcialmente livres”, o presidente Movimento de Cidadão Conscientes e Inconformados, Sana Canté, considera ser necessário que o povo guineense saia do conformismo.

"O povo guineense realmente é um povo fortemente conformista, com consciência, claro, dos males que são causados, mas com pouca veemência para afirmar a sua liberdade e expressar a sua auto determinação, exigindo o respeito pela sua liberdade. Obviamente, é preciso ter esta consciência, sim, mas não seria suficiente, pois é necessário uma veemência na preservação da sua liberdade", assinala.

Nesse sentido, Bubacar Turé aponta que "quando o poder judicial deixa de decidir livremente, e com base na lei, e de não ter condições de fazer vincar as suas decisões, quando a corrupção impede que os recursos internos económicos de um determinado país fosse distribuída de forma justa e transparente aos cidadãos, quando os titulares momentâneos das instituições democráticas se comportam como proprietários destas mesmas instituições é possível falar da liberalidade", apenas.

Activistas da defesa pela liberdade e direitos humanos lamentam que a Guiné-Bissau não deu ainda salto para um país livre, à luz do relatório da Freedom House 2021.

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