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Leituras diferentes sobre Índice Ibrahim de Governação Africana


Uma mulher zungueira passa por uma rua em Luanda. 8 de Março, 2022
Uma mulher zungueira passa por uma rua em Luanda. 8 de Março, 2022

Angola é o país de língua portuguesa que mais progrediu no Índice Ibrahim de Governação Africana (IIAG) 2022

Angola é o país de língua portuguesa que mais progrediu no Índice Ibrahim de Governação Africana (IIAG) 2022, divulgado nesta quarta-feira, 25, um facto que recebeu destaque na imprensa pública angolana.

O membro do Comité Provincial de Luanda do MPLA, partido no poder, Manuel Nunes corrobora a conclusão do estudo, mas o presidente da Associação para Justiça, Paz e Democracia (AJPD), Serra Bango, tem outra leitura.

Leituras diferentes sobre melhoria de Angola no Índice Ibrahim de Governação Africana
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“Quem se recordar do país de ontem e compará-lo ao de hoje, despido de quaisquer paixões, perceberá que houve uma evolução significativa, no que à governação diz respeito”, assinala Manuel Nunes à VOA, quem sublinha uma evolução positiva, por conta das políticas de boa governação aplicadas por João Lourenço.

Aquele dirigente do partido no poder acrescentou que “essa ascensão de mais três lugares, em apenas um ano, no índice de governação, não é uma demonstração isolada da progressão que o nosso país tem registado” e afirma que “ os ganhos vão, gradualmente, reflectindo- se na vida dos cidadãos, são outros indicadores da boa governação em exercício em Angola”.

Embora reconheça que muito mais deva ser feito, Nunes entende que o Executivo ganha cada vez mais credibilidade com as suas políticas de governação.

“Estamos todos de acordo que precisamos fazer mais, mas também reconheçamos que o sistema de saúde marcou gigantescos passos qualitativos. Há mais escolas, mais energia. Portanto, tem-se criado bases sólidas para o bem-estar das populações, ejuvenesceu-se o aparelho governativo no que tem que ver com os quadros e as estratégias, e tudo isso é refletido na boa governação do país, avaliada por instituições internacionais credíveis", conclui Nunes.

Opinião contrária tem Serra Bango, presidente da AJPD, que entende que estas melhorias não se reflectem na vida das populações.

"Este crescimento económico ou desenvolvimento económico que diz-se no relatório não se reflecte na prática também no desenvolvimento humano no crescimento no desenvolvimento das famílias na redução da pobreza”, diz Bango.

Para aquele activista, “antes pelo contrário vai subindo o nível de pobreza e desemprego e temos problemas sérios do saneamento básico, temos problemas sérios de distribuição da água, em algumas localidades de Angola a água é extraída dos poços, temos problemas com a educação, com a saúde e isso quem o diz são os próprios médicos”.

O estudo da Fundação Mo Ibrahim, que analisa o desempenho dos governos dos 54 países africanos nos domínios da boa governação, segurança e Estado de direito, participação, direitos humanos e inclusão e desenvolvimento humano, indica ainda que a Guiné-Bissau caiu três posições, São Tomé e Príncipe subiu ligeiramente, Moçambique manteve a mesma classificação e Cabo Verde registou a tendência de queda, embora seja o único lusófono entre os primeiros cinco classificados.

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