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Laos e Camboja alertam Ucrânia para não uso de bombas de fragmentação


Arquivo: Vista aérea de Bakhmut
Arquivo: Vista aérea de Bakhmut

Os países do sudeste asiático estão a alertar para os perigos a longo prazo das bombas de fragmentação na Ucrânia, depois de os EUA terem enviado os explosivos para Kyiv, no início deste mês, para serem utilizados na reconquista do território tomado durante a invasão russa.

Está documentado que a Rússia tem utilizado bombas de fragmentação contra a Ucrânia desde o início da sua invasão. A Ucrânia pediu a Washington as munições, que se desfazem no ar e espalham explosivos mais pequenos, para atingir as tropas russas no seu território.

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Mas os especialistas do Camboja e do Laos afirmam que as munições de fragmentação nunca devem ser utilizadas porque algumas das pequenas bombas não explodem e permanecem mortíferas durante décadas.

Entre 1964 e 1973, no auge da Guerra do Vietname, o Laos foi vítima de intensas campanhas de bombardeamento dos EUA, tornando-se o país mais bombardeado do mundo per capita.

Os bombardeamentos incluíram cerca de 250 milhões de munições de fragmentação, cerca de 30% das quais não detonaram aquando do impacto, deixando muitas delas espalhadas por vastas áreas do território com o potencial latente de explodir inesperadamente.

Titus Peachey, membro do Comité Diretivo da Campanha dos EUA para a Proibição das Minas Terrestres, passou mais de cinco anos no Laos, entre 1981 e 1994.

"Estas armas cobrem uma vasta área e são difíceis de atingir com precisão", disse à VOA.

"Muitas não detonam com o impacto, mas podem continuar a ser letais... durante décadas. As munições não deflagradas tornam arriscadas as actividades quotidianas. Os agricultores na Ucrânia terão de cultivar por sua conta e risco até que as bombas possam ser encontradas e destruídas. O trabalho de limpeza é caro, meticuloso e tedioso".

Numa rara declaração no início deste mês, o Ministério dos Negócios Estrangeiros do Laos instou qualquer Estado a abster-se de utilizar quaisquer munições de fragmentação.

"Enquanto maior vítima mundial de munições de fragmentação e Estado parte da Convenção sobre Munições de Fragmentação, a República Democrática Popular do Laos exprime a sua profunda preocupação com o anúncio e a possível utilização de munições de fragmentação", refere o comunicado.

A Convenção sobre Munições de Fragmentação é um tratado internacional de mais de 100 Estados Membros, incluindo o Laos, que entrou em vigor em 2010 para proibir toda a utilização, produção, transferência e armazenamento de munições de fragmentação. A Rússia, a Ucrânia e os Estados Unidos não assinaram o tratado.

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