Jovens em Luanda manifestam-se preocupados com o que consideram falta de empregos e advertem que só dessa forma a juventude pode abandonar o mundo da marginalidade.
O Executivo, por seu turno, garante que houve um aumento considerável do número de postos de trabalho sobretudo para jovens, em vários sectores da economia, informação que um economista diz ao serem consistentes.
Dados recentes apresentados pelo Instituto Nacional de Estatísticas revelam que nos últimos três anos houve um aumento considerável de postos de trabalho em Angola.
O sector da energia foi dos que mais postos de trabalho gerou, enquanto a indústria transformadora criou cerca de 50 mil novos postos de trabalho.
O investigador do Centro de Estudos da Universidade Católica Alves da Rocha considera que do ponto de vista económico não há como os postos de trabalho terem aumentado em Angola.
“Desde há algum tempo que temos reservas quanto aos dados do Executivo porque não é possível que o sector da energia possa ser o maior gerador de empregos, há aqui claramente um contrassenso, na classificação do emprego e eventualmente nos projectos”, adianta Alves da Rocha que diz não se poder considerar de emprego permanente quem trabalha na construção de uma barragem”.
“Na indústria transformadora como é possível que a taxa de crescimento seja negativa e crie mais empregos”, continua aquele especialista, concluindo que “os dados são inconsistentes".
A VOA visitou vários centros de emprego em Luanda, onde encontrou muitos jovens que se dizem desesperados de tanto que procuram por um emprego.
"Está muito difícil mesmo, conseguir um emprego, ando há procura há quatro anos, deixo currículos mas ninguém liga”, lamenta um jovem, enquanto outro afirma que “para se conseguir um emprego é necessário ter um padrinho na ´cozinha´ (emprego), algum familiar ou amigo”.
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