O conhecido activista angolano José Patrocínio considera que o Relatório sobre os Direitos Humanos de 2015 divulgado esta quarta-feira, 13, pelo Departamento de Estado americano desempenha um papel de pressão junto do Governo angolano.
Todos os relatórios "têm sempre um papel importante, não pela inflluência directa em qualquer mudança, mas há influências indirectas", diz o director da organização não governamental Omunga, destacando "principalmente ao nível da imagem porque feliz ou infelizmente o nosso sistema preocupa-se muito com a imagem e reage a qualquer questão que venha de fora".
Para Patrocínio, o relatório em apreço e outros sobre direitos humanos "reforçam a luta e o trabalho dos activistas, dos jornalistas, das pessoas, das organizações em Angola".
Entretanto, aquele activista esclarece que esses relatórios deviam ser seguidos de acções, o que não tem acontecido.
"Se as relações entre os países não tomarem em conta esses relatórios, obviamente que não muda absolutamente nada", reiterou.
Questionado sobre este último ano em matéria de direitos humanos, José Patrocínio reconheceu que "houve algumas melhorias, principalmente a nível local, mas que a democracia continua eternamente adiada".
No entanto, concluiu que "ficou provado este ano que o sistema judicial está comprometido com o sistema".