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Joalheira de Dokolo declara falência e administradores de Isabel dos Santos em malta demitem-se


Isabel dos Santos e Sindika Dokolo
Isabel dos Santos e Sindika Dokolo

A imprensa suíça revelou que a joalheira De Grisogono, de que sócio o empresário Sindika Dokolo, marido de Isabel dos Santos, anunciou nesta quarta-feira, 29, ter entrado em falência devido ao alto valor das dívidas acumuladas e à falta de um comprador.

Também hoje, é revelado que dois administradores da empresa de Isabel dos Santos em Malta pediram a sua demissão.

A decisão de falência da De Grisogono foi comunicada aos 65 trabalhadores da fábrica de Plan-les-Ouates, na Suíça, e acontece depois da divulgação do Luanda Leaks, no passado dia 19, e do despacho-sentença do Tribunal Provincial de Luanda que, a 30 de Dezembro, arrestou preventivamente bens de Isabel dos Santos, e no qual se lê que, em Agosto de 2010, o Executivo angolano, chefiado então por José Eduardo dos Santos, decidiu comercializar diamantes angolanos no exterior do país.

“O antigo Presidente da República decidiu investir numa empresa suíça - De Grisogono/Joalheira de Luxo - que se encontrava em falência técnica em virtude de uma dívida para com os bancos UBS - Banco Cantonale de Genebra e BCV", concluiu o tribunal.

A providência cautelar afirmou ter ficado provado que o antigo Presidente decidiu comprar a dívida da sociedade De Grisogono/Joalheira de Luxo junto dos bancos e "oferecer o negócio a Isabel dos Santos e Sindika Dokolo, sua filha e genro".

Administradores em Malta abandonam empresa de Isabel dos Santos

O negócio também é citado na investigação Luanda Leaks e divulgada em mais de duas dezenas de países que descobriu que “Santos, seu marido e intermediários construíram um império com mais de 400 empresas e subsidiárias em 41 países, incluindo pelo menos 94 em jurisdições sigilosas como Malta, Ilhas Maurícias e Hong Kong".

Entretanto, os administradores malteses Noel Scicluna e John Carbone demitiram-se dos cargos em várias sociedades que a empresária angolana tem naquela jurisdição.

A renúncia de Noel Scicluna foi entregue a 20 de Janeiro no registo comercial de Malta, um dia depois da publicação das primeiras notícias do Luanda Leaks, revela o jornal português Expresso na sua edição desta quarta-feira, 29.

Noel Scicluna, que foi deputado em Malta na década de 1980, é especializado na advocacia de negócios, acumulando cargos em dezenas de empresas maltesas, entre elas as de Isabel dos Santos.

Após as revelações, Scicluna entregou no registo de Malta cartas de renúncia às funções de administrador em empresas como a Winterfell Industries Limited (que controla a portuguesa Efacec), a Finisantoro (através da qual Isabel dos Santos é acionista do banco BIC) e a Athol Limited (que a empresária usou para comprar um apartamento de 50 milhões de euros no Mónaco).

Scicluna também apresentou a 18 de janeiro a renúncia na Wise Intelligent Solutions (sociedade pela qual Isabel dos Santos subcontratou várias consultoras para trabalharem a reestruturação da Sonangol).

Ainda de acordo com o Expresso, o administrador de empresas, John Carbone, decidiu afastar-se a 21 de Janeiro de empresas como a Wise e a Finisantoro, por exemplo.

A empresária Isabel dos Santos tem reagido às denúncias da Luanda Leaks com uma campanha de perseguição política por parte do Governo angolano e garante que não fez nada de ilegal e que investiu com recursos próprios e não do Estado angolano.

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