O porta-voz internacional das Forças de Defesa de Israel (IFE) alertou neste domingo, 15, os jornalistas e o público em geral para estarem atentos à “veracidade” das informações provenientes de Gaza.
Este pedido foi feito quando Israel intensifica a preparação para uma incursão terrestre em Gaza e o Governo do Egito anuncia uma cimeira sobre “o futuro da causa palestiniana”.
Num encontro com jornalistas, o tenente-coronel Jonathan Conricus mostrou um vídeo de uma explosão que teria atingido veículos que viajavam para o sul de Gaza na noite de sexta-feira ao longo da estrada Salah-al-Din, uma importante rodovia norte-sul e que é uma das duas únicas rotas de evacuação para civis em fuga.
Conricus assegurou que Israel não atacou aquela área, já que os oficiais das IDF instaram repetidamente os civis a deixarem as regiões do norte da península.
“Queremos que as pessoas vão para o sul”, repetiu Conricus, que também mostrou imagens separadas que descreveu como bloqueios de estradas do Hamas destinados a restringir os comboios civis de Gaza de viajarem para o sul.
“Se você é jornalista ou está apenas a ouvir o que acontece e obtém informações da Faixa de Gaza, por favor, seja muito, muito cético quanto à sua veracidade”, pediu Conricus, quem repetiu relatos de que o Hamas exortou os civis a ficarem em casa e não deixaram a região, como advertiu Tel Avi antes de lançar um ataque terrestre massivo contra o grupo radical no norte de Gaza.
A Voz da América não conseguiu confirmar de forma independente a origem das imagens apresentadas durante a conferência de imprensa daquele responsável israelita.
A BBC também noticiou sobre a mesma explosão na sexta-feira que matou civis de Gaza, enquanto fugiam.
Incursão terreste em breve e água regressa a Gaza
A estação britância também não especifica se a explosão foi o resultado de um míssil ou de um dispositivo explosivo improvisado colocado ao longo da estrada.
O Governo de Israel prometeu aniquilar o grupo como retaliação ao ataque dos seus homens que invadiram cidades israelitas a 7 de Outubro e mataram 1.300 civis, além de fazer dezenas de reféns no pior ataque a civis na história de Israel.
De acordo com o New York Times, oficiais das IDF dizem que as tropas israelitas estão a completar a “prontidão” para uma invasão terrestre planeada que foi adiada devido às más condições climáticas e que todo o avanço terrestre da infantaria através do norte de Gaza será apoiado por tanques e coberto por " aviões de guerra, helicópteros de combate, drones aéreos e artilharia disparada de terra e mar."
Entretanto, a Administração Biden, que enviou para o Médio Oriente o secretário de Estado, Antony Blinken, e o secretário de Defesa, Lloyd Austin, acompanha ao minuto a guerra de Israel contra o Hamas.
O conselheiro de Segurança Nacional, Jake Sullivan, disse hoje que Israel disse ter reativado o abastecimento de água no sul de Gaza.
“Entrei em contato com meus colegas israelitas há momentos e me relataram que, de fato, religaram o encanamento de água no sul de Gaza”, disse Sullivan à CNN.
Israel interrompeu o fluxo de água como parte do cerco ao território governado pelo Hamas desde o início da guerra no fim de semana passado.
Egito anuncia cimeira
Por outro lado, também hoje, o Governo do Egito informou que pretende sediar uma cimeira sobre “o futuro da causa palestina”, enquanto a guerra entre Israel e Hamas se intensifica em Gaza e o secretário de Estado americano, Antony Blinken, chega ao Cairo para contatos.
O Egito controla a passagem fronteiriça de Rafah, a única de entrada e saída da Faixa de Gaza não controlada por Israel, que está fechada desde terça-feira, após três ataques aéreos israelitas no lado palestiniano.
O Presidente Abdel Fattah al-Sisi dirigiu uma reunião do Conselho de Segurança Nacional sobre a “escalada militar em Gaza”, disse um comunicado do seu porta-voz.
A nota acrescenta que Cairo pressionou por esforços diplomáticos com aliados e grupos humanitários para “desescalar” o conflito e “levar a ajuda necessária”.
Aquele órgão reformou as declarações anteriores de Abdel Fattah al-Sisi que “rejeitou e denunciou políticas de deslocamento ou tentativas de erradicar a causa palestiniana às custas dos países vizinhos”.
Até agora, 1.300 israelitas foram mortos durante os ataques do Hamas, segundo Telavive, e 2.300 palestinianos morreram devido aos bombardeamentos israelitas de acordo com o ministro da Saúde da Faixa de Gaza.
Aviso do Irão e apoio de Biden a Israel
No Irão, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Hossein Amirabdollahian, advertiu Israel para parar os seus ataques a Gaza o mais rapidamente possível porque poderiam levar a um alargamento da guerra a outras partes do Médio Oriente, se o Hezbollah se juntar à guerra.
Isso faria Israel sofrer “um enorme terremoto”, sublinhou o chefe da diplomacia do Irão, cujo Presidente garantiu que o seu Governo não esteve por trás dos ataques do Hamas, mas felicitou o grupo considerado terrorista pelos Estados Unidos e pela União Europeia.
Em Washington, o Presidente Joe Biden falou mais uma vez ao telefone com o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, a quem reiterou o apoio “inabalável” dos EUA e alertou contra qualquer “que busque expandir o conflito”.
Em comunicado, a Casa Branca informou que Biden detalhou com Netanyahu o apoio militar a Israel.
Ontem, o secretário de Defesa informou em comunicado que os Estados Unidos vão enviar um segundo grupo de ataque de porta-aviões, o USS Eisenhower, para o Mediterrâneo oriental, juntando-se assim ao porta-aviões USS Gerald R. Ford, visando “dissuadir qualquer ator governamental ou não que tente alargar esta guerra”.
Rússia pede reunião do Conselho de Segurança da ONU
Também no sábado, a Rússia pediu ao Conselho de Segurança da ONU que vote na segunda-feira, 16, um projeto de resolução sobre o conflito Israel-Hamas que apela a um cessar-fogo humanitário e condena a violência contra civis e todos os atos de terrorismo.
O Departamento de Estado americano confirmou no sábado a morte de 29 cidadãos norte-americanos durante os ataques do Hamas a Israel, enquanto o exército israelita noticiou que mais de 120 civis estão a ser mantidos reféns em Gaza pelo Hamas.
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