A Ordem dos Enfermeiros da Huíla diz estar preocupada com o facto de importantes sectores do serviço de saúde na província estar entregue ao pessoal eventual.
O alerta lançado pelo presidente da Ordem, Lourenço Bento, não está na qualidade destes, mas no facto dos mesmos não estarem inseridos no Sistema Integrado de Gestão Financeira do Estado.
Esta situação, segundo Bento, estende-se um pouco por toda a província e coloca em risco o sistema de saúde em alguns municípios e aponta como exemplo a circunscrição do Kuvango, na região leste, onde o pessoal eventual está há vários meses com salários em atraso.
“O município do Kuvango a sua rede periférica 80 ou senão mesmo 90 por cento dos profissionais de enfermagem que estão lá distintas unidades sanitárias quer sejam postos ou centros de saúde são eventuais. O que significa dizer que se esse pessoal abandona os serviços 90 por cento da rede periférica fecha. Os relatos que temos é que muitos deles estão seis ou mais meses (sem salários). É uma dificuldade muito grande”, exemplificou Lourenço Bento.
A Ordem dos Enfermeiros na região defende uma intervenção urgente do Governo para acudir a situação, sob pena de se colocar em causa o funcionamento da rede sanitária da província.
“A continuar essas instituições correm-se sérios riscos de encerrar porque é aquilo que se diz na gíria: o saco vazio não fica de pé. Eles precisam a sua própria sustentabilidade e da sustentabilidade das suas famílias e se faz sentir mais a nível dos municípios”, defendeu aquele responsável.
O Governo da Huíla garante estar ao corrente da situação e promete regularizar os atrasados salariais com o pessoal eventual, tão logo, haja alguma abertura financeira.
O director do gabinete provincial da saúde, Eleutério Hivilíkwa, disse recentemente numa rádio local que para o concurso público deste ano anunciado para o sector da saúde a prioridade poderá passar pela inserção do pessoal eventual.