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"Há impressões digitais do Estado Islâmico" em Cabo Delgado, diz responsável militar americano


Os ataques no norte de Moçambique têm a “impressão digital do Estado Islâmico”, afirmou o chefe do comando norte-americano de Operações Especiais em África nesta terça-feira, 4.

“Vimos publicações e comunicações da imprensa muito bem feitas, que têm a impressão digital e todas as marcas do Estado Islâmico”, disse o major-general Dagvin Anderson, numa conferência de imprensa virtual a partir da Alemanha, acrescentando acreditar que “há uma ligação mais profunda, que o Estado Islâmico está envolvido com a fação no norte de Moçambique e que têm influência”.

Aquele responsável militar admitiu que os Estados Unidos estão preocupados porque há um problema local que está a ser aproveitado pelo Estado Islâmico.

“Nos últimos 12 a 18 meses desenvolveram as suas capacidades, tornaram-se mais agressivos e usaram técnicas e procedimentos comuns em outras partes, nomeadamente no Médio Oriente, associados ao Estado Islâmico”, alertou o major-geral Anderson, reconhecendo que a dimensão dessa influência ainda não é totalmente conhecida.

Anderson revelou também haver “atores externos que estão a influenciar o conflito e a torná-lo mais virulento e perigoso”, mas que o comando está a trabalhar com a embaixada americana e o Governo de Moçambique para se ter uma ideia melhor da situação”.

O conflito, para aquele responsável militar deixou de ser local e não pode ser resolvido apenas pelas autoridades locais porque, realçou o major-general Anderson, “foi inflamado pelo Estado Islâmico, que fornece treino, formação e recursos”.

“Moçambique tem de tomar a liderança, mas é preciso envolver vários países na região. Tanzânia, Malawi e outros países terão de ajudar porque o terrorismo vai atravessar fronteiras e procurar refúgio onde puder para continuar a destabilizar a região”, defendeu o major-general americano, alertando também que além da abordagem militar, há que atacar outros aspetos, como o reforço da segurança, a resolução dos problemas na origem da contestação e a promoção do desenvolvimento económico e de oportunidades para as populações.

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