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Guiné-Bissau: PAIGC não consegue acordo com partidos que apoiam PR


Odete Costa Semedo, vice-presidente PAIGC
Odete Costa Semedo, vice-presidente PAIGC

Os partidos guineenses não chegaram a um acordo para uma saída conjunta ou consentânea da crise em que se encontra o país, nomeadamente quanto à formação de um Governo, na véspera do prazo dado pela Comunidade Económica de Estados da África Ocidental (Cedeao) ao Presidente Úmaro Sissoco Embaló para apresentar um Executivo.

O PAIGC, partido mais votado nas eleições legislativas de 2019, convocou os partidos para um encontro nesta quinta-feira, 21, na sede do Parlamento mas não houve acordo.

O Movimento para a Alternância Democrática da Guiné-Bissau (Madem-G15), o segundo partido mais votado, rejeitou a proposta do PAIGC, que classifica de incongruente.

O Madem-G15 considera que essa proposta de entendimento é incongruente, tem um problema de coerência e não pode contribuir para a busca de uma solução airosa para a crise política na Guiné-Bissau”, afirmou Aristides Ocante da Silva, dirigente do partido constituído por dissidents do PAIGC e que apoio Embaló na eleição presidencial.

No final do encontro, disse aos jornalistas que o PAIGC propos um Governo de unidade liderado por ele e um acordo de entendimento.

Entretanto, a vice-presidente do partido da Independência, Odete Semedo, afirmou que o Presidente da República não pediu ao partido que forme um Governo, mas tão somente para ajudar na procura de uma solução.

“A nós foi-nos pedido no dia 19 para apresentarmos um apoio na busca de solução, fizemos esse trabalho e vamos dar continuidade nas horas seguintes para termos um documento pronto e enviar a quem nos solicita”, explicou Semedo que revelou que o PAIGC reconhece o Presidente Úmaro Sissoco Embaló, como fez a Cedeao.

A antiga ministra alegouque o partido podira alegar que tem uma maioria confortável no Parlamento e que podia solicitar a reposição do Governo.

“Não fizemos isso, atendendo que há outros cenários que se afiguram e, por isso, adaptamo-nos a esta nova situação”, afirmou, reiterando que compete a quem está no Palácio da República responder à CEDEAO, que instou a nomeação de um novo Governo, “que respeite os resultados eleitorais das legislativas, até sexta-feira”.

Por seu lado, o primeiro-ministro e líder da Assembleia do Povo Unido – Partido Democrático da Guiné-Bissau (APU-PDGB), Nuno Gomes Nabian, reafirmou existir uma nova maioria parlamentar suportada por MADEM, PRS e APU-PDGB, através de um acordo da incidência parlamentar e que espera que o Parlamento aprove o programa do seu Governo.

Entretanto, o PRS, o terceiro partido mais votado nas eleições de março do ano passado, reiterou, através do seu vice-presidente, Certório Biote, que mantém o acordo assinado com o Madem-G15 e APU-PDGB, que, segundo ele, assegura uma maioria estável no Parlamento.

Em determinados círculos políticos, admite-se que o Presidente da República deve pronunciar-se amanhã e poderá convidar ao Madem-G15 para formar um novo Governo ou que a chamada “nova maioria” aprova o programa do atual Executivo.

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