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Guiné-Bissau: Sem golpes de Estado, mas instabilidade política persiste


Eleiçōes presidenciais na Guiné-Bissau
Eleiçōes presidenciais na Guiné-Bissau

A 12 de Abril de 2012, a Guiné-Bissau acordou com um novo golpe de Estado, liderado pelo então chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas, António Indjai.

A tomada do poder aconteceu no meio da campanha eleitoral para a segunda volta das eleições presidenciais, depois de, na primeira volta, o então primeiro-ministro Carlos Gomes Júnior, candidato do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), ter saído vencedor, à frente de Kumba Ialá, candidato independente mas com o forte apoio do seu Partido da Renovação Social (PRS).

A sublevação militar, embora sem provocar vítimas nem derramento de sangue, depôs o Presidente interino Raimundo Pereira que chegou a ser preso, juntamente com Carlos Gomes Júnior.

O clima político era quente, tendo Kumba Ialá, que ficou em segundo lugar, dito que não haveria “nem segunda, nem terceira, nem quarta, nem quinta volta”.

Ao justificar o golpe, António Indjai apontou uma iminente agressão estrangeira por parte de militares a pedido de Gomes Júnior feito alegadamente às Nações Unidas.

Os golpistas também apontaram uma suposta introdução de armas por parte da missão angolana estacionada em Bissau, Misang, alegadamente proximo do PAIGC.

Sanções contra militares

O golpe teve condenação internacional e 12 militares foram alvo de sanções pelas Nações Unidas, que continuam em vigor.

Os militares foram acusados de passar a controlar o tráfico de droga, tendo os Estados Unidos emitido um mandado de captura contra o general Indjai e seus apoiantes.

Em Abril de 2013, a agência de combate à droga dos

Unidos, DEA, nas siglas em inglês, deteve em águas internacionais o vice-almirante e chefe da Marinha Bubu na Tchuto e mais três companheiros, tendo sido trazidos para os Estados Unidos, onde cumpriram pena de prisão de cerca de quatro anos.

Regresso è legalidade constitucional

Depois de muita pressão internacional, os militares entregaram o poder e forem realizadas eleições presidenciais e legislativas em Abril de 2014, mas, a partir daí, apesar do aparente regresso dos militares à caserna, a instabilidade política continua.

Nesse período, a Guiné-Bissau realizou quatro eleições, entre presidenciais e legislativas.

Apesar do actual Governo estar em funções há pouco mais de dois anos, a instabilidade política é ainda notória, com denúncia de perseguições aos partidos da oposição e activistas, bem como social, com greves que duram meses.

A 1 de Fevereiro, registou-se uma alegada tentativa de golpe de Estado, na sequência da qual várias presas foram presas e aguardam ser acusadas formalmente.

Dois dias depois, a ministra dos Negócios Estrangeiros solicitou na cimeira dos chefes de Estado da CEDEAO realizada em Acra, no Gana, o envio de uma força de estabilização, que o Presidente Umaro Sissoco Embaló disse ir assegurar o próximo ciclo eleitoral.

A força não tem data de chegada ainda, mas deve ser anunciada em breve pelos chefes de Estado Maior da CEDEAO.

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