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Governo iraniano anuncia retomada do enriquecimento do urânio a até 20 por cento


Instalações nucleares de Natanz, a 300 quilómetros a sul de Teerão
Instalações nucleares de Natanz, a 300 quilómetros a sul de Teerão

Autoridades detiveram um petroleiro da Coreia do Sul e aumenta a tensão

O Governo do Irão iniciou o processo de produção de urânio enriquecido a 20% na central nuclear subterrânea de Fordo, bem acima do limite estabelecido pelo acordo internacional de 2015.

"Há poucos minutos, o processo de produção de urânio enriquecido a 20% começou no complexo de enriquecimento de Fordow", anunciou o porta-voz do Governo , Ali Rabeie, no portal da internet da televisão estatal iraniana.

“O processo de injecção de gás nas centrífugas começou há algumas horas e o primeiro produto do hexafluoreto de urânio (UF6) gasoso estará disponível em algumas horas”, acrescentou

A medida é a última violação iraniana do acordo entre Teerão, ONU e seis potências e pode complicar os esforços do Presidente eleito dos EUA, Joe Biden, para retomar o pacto abandonado pelo actual Presidente americano, Donald Trump.

O acordo nuclear com o Irão foi assinado em julho de 2015, após quase 20 meses de negociações.

O chamado grupo P5+1 (os cinco membros do Conselho de Segurança da ONU mais a Alemanha) aceitou encerrar as sanções ligadas ao programa nuclear iraniano em troca de seu desmantelamento.

Mas os Estados Unidos deixaram o acordo em 2018 e reimpuseram sanções contra Teerão e, em resposta, o Governo iraniano começou a violar cláusulas do documento em 2019.

O principal objectivo do acordo era estender o tempo que o Irão precisaria para produzir material físsil suficiente para uma bomba nuclear.

Tensão entre Irão, Coreia do Sul e Estados Unidos

Entretanto, um dia depois do primeiro aniversário da morte da principal autoridade da inteligência iraniana, Qassem Soleimani, pelos Estados Unidos, no Aeroporto Internacional de Bagdade, no Iraque, a Guarda Revolucionária do Irão capturou um petroleiro com bandeira da Coreia do Sul no estreito de Hormuz, entre os golfos pérsico e de Omã.

Segundo a imprensa iraniana, o navio foi transferido para os portos do país "por contaminação petroleira e riscos para o meio ambiente".

Nos últimos meses, o Irão aumentou a pressão sobre o país para desbloquear cerca de 7 mil milhões de dólares em activos das vendas de petróleo.

O montante foi obtido antes de o Governo Trump ter restringido as sanções às exportações de petróleo do país, mas mesmo assim foi bloqueado pela Coreia do Sul.

Entretanto, ante a retenção do petroleiro, os Estados Unidos decidiram manter o porta-aviões na região que, até agora, estaria de saída.

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