Dissidentes, artistas e jornalistas cubanos disseram nesta terça-feira, 30, que agentes dos serviços de segurança do Governo vigiaram suas casas no dia de hoje para impedir que eles comparecessem a protestos marcados por conta do assassinato de um jovem negro por parte da polícia.
Pelo menos 40 ativistas dissidentes também foram detidos pela polícia, de acordo com o grupo de direitos de exilados Cubalex.
Alguns foram liberados posteriormente.
Entre os detidos estavam a artista Tania Bruguera, em Havana, e o líder do grupo de oposição mais ativo de Cuba, José Daniel Ferrer, que se encontrava em prisão domiciliar na cidade de Santiago de Cuba.
O Governo, como é habitual, não reagiu a pedidos da imprensa para comentar as denúncias.
A convocatória para protestos hoje surgiu depois de a polícia ter baleado e morto um homem negro de 27 anos, Hansel Hernández.
Uma mulher que se identificou como tia da vítima denunciou o assassinato nas redes sociais e pediu por justiça.
O Ministério do Interior, no entanto, disse no sábado, 27, em comunicado que Hernández cometeu um ato de vandalismo e começou a atirar pedras contra os policias, que o perseguindo, atingindo a um dos agentes no ombro.
Vários locais estavam cercados por polícias hoje e há informações não confirmadas oficialmente de que a empresa estatal de telecomunicações ETECSA cortou o serviço de internet desde a noite de segunda-feira.