O Governo de Cabo Verde criou uma cédula nacional para preparar um plano de acompanhamento da situação na China, devido à epidemia do coronavírus, disse à VOA nesta quarta-feira, 29, a embaixadora cabo-verdiana em Pequim.
Tânia Romualdo acrescentou que a estrutura ad hoc é chefiada pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros e Cooperação e integra elementos dos ministérios da Administração Interna, da Saúde e da Educação.
Numa anterior conversa com a VOA, na segunda-feira, 27, Romualdo revelou que os 16 estudantes residentens em Wuhan, epicentro da epidemia, pediam para sair e que é uma questão “a ser neste momento analisada”, alertando que “como a cidade está em quarentena, no caso de ser uma solução possível e plausível, tal implicaria ter em conta todas as medidas necessárias que normalmente se aplicam nesses casos”.
Entretanto, ontem, o diretor do Serviço de Vigilância e Resposta às Epidemias admitiu haver a “hipótese de os estudantes voltarem para Cabo Verde conforme a evolução da situação”.
“Já estamos a criar um plano para [ver] como organizar o regresso dos estudantes cabo-verdianos e temos informações que, eventualmente, a sair, sairão junto com os portugueses”, revelou Domingos Teixeira em conferência de imprensa na Praia, na qual informou ter sido actividade a Equipa Técnica Nacional de Intervenção Rápida (ETNIR).
Portugal está a ultimar a saída de 11 cidadãos residentes em Wuhan, de onde os Estados Unidos já começaram a retirar centenas de seus cidadãos, bem como o Japão, França e outros Governos.
Por agora não há informação sobre a retirada dos cerca de 50 estudantes angolanos na cidade de Wuhan.
Até hoje, as autoridades chinesas informaram que a epidemia já matou 132 pessoas e mais de seis mil infectados.