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Governo brasileiro oferece-se para receber nicaraguenses que tiveram a sua cidadania retirada por Manágua


Presos políticos nicaraguenses recentemente libertados em conferência de imprensa, em Miami, Estados Unidos, 15 Fevereiro 2023
Presos políticos nicaraguenses recentemente libertados em conferência de imprensa, em Miami, Estados Unidos, 15 Fevereiro 2023

Embaixador brasileiro disse que o seu Governo também "está preocupado com relatos de sérias violações de direitos humanos e restrições ao espaço democrático naquele país, particularmente execuções sumárias, detenções arbitrárias e tortura contra dissidentes políticos".

O Governo brasileiro aceita receber cidadãos que viram as autoridades da Nicarágua retirar-lhes a sua nacionalidade por motivos políticos.

O anúncio foi feito nesta terça-feira, 7, pelo embaixador do Brasil junto da ONU em Genebra, na Suíça, durante a reunião do Conselho de Direitos Humanos da organização.

"O Governo brasileiro está disponível para receber as pessoas afectadas por esta decisão sob o estatuto especial previsto na lei da migração brasileira", afirmou Tovar da Silva Nunes, quem destacou que o Brasília está "extremamente preocupado" com a decisão das autoridades nicaraguenses de "tirar a nacionalidade de mais de 300 cidadãos e reafirma seu compromisso humanitário de proteger pessoas apátridas".

Antes, Nunes sublinhou que o seu Governo também "está preocupado com relatos de sérias violações de direitos humanos e restrições ao espaço democrático naquele país, particularmente execuções sumárias, detenções arbitrárias e tortura contra dissidentes políticos".

Sem condenar directamente o Governo de Daniel Ortega, ao contrário do que fizeram 55 países que, na semana passada, assinaram uma declaração criticando a decisão de Manágua de retirar a nacionalidade a 319 cidadãos, o representante brasileiro na reunião defendeu o diálogo com a Nicarágua para tentar encontrar uma solução a este caso.

No passado dia 3, um relatório de especialistas da ONU acusou o gGoverno da Nicarágua de cometer violações sistemáticas dos direitos humanos, as quais constituem "crimes contra a humanidade".

O comunicado aponta execuções extrajudiciais, detenções arbitrárias, tortura e privação arbitrária da nacionalidade e do direito de permanecer no próprio país.

O especialista independente Jan Simon é citado no documento como tendo dito que esses crimes "são cometidos de maneira generalizada e sistemática por motivos políticos e constituem crimes de lesa-humanidade de assassinato, prisão, tortura, incluindo violência sexual, deportação e perseguição por motivos políticos".

O Conselho de Direitos Humanos discute hoje as conclusões do relatório que aponta como principais responsáveis dos crimes citadas o Presidente Daneil Ortega e a vice-presidente Rosario Murillo, mulher dele.

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