O Governo provincial de Benguela admite irregularidades no concurso público para novos professores, marcado pela exclusão de candidatos ao ensino geral que até já tinham contratos firmados.
Na hora da mão à palmatória, o governador da província, Isaac dos Anjos, refere que se limitou a assinar a lista final, da qual fazem parte cidadãos que nem sequer foram submetidos a exames, conforme sugerem as denúncias.
A lista final, elaborada longe dos olhares de quem já tinha o vínculo laboral com o sector da Educação, contempla ainda cidadãos com notas inferiores às de candidatos que obtiveram resultados positivos.
Em resposta à onda de protestos, marcada por detenções, Isaac dos Anjos admite falhas de departamentos do seu Executivo.
“Quando comecei a apertar, dizendo aos membros das comissões que não iria alterar a lista, começou a surgir o barulho. Não se aceita que pessoas com três ou sete valores, reprovadas, estejam a ocupar o lugar daqueles que tiveram 17. São pessoas (júris) formadas, mas sem ética’’, salienta o governante, sustentando que “esta não deve ser a postura do Governo, daí a necessidade de melhorarmos’’.
Com o pronunciamento do governador de Benguela, ganham consistência os pedidos dos candidatos excluídos de forma irregular, que têm garantido patrocínio jurídico de Francisco Viena.
“Estão aqui chefes de famílias, é uma grande injustiça. Pedimos, pois, que seja alterada esta lista, mantendo a inicial’’, reclamam os injustiçados.
Nem a Educação, enquanto entidade promotora, nem a Direcção do Trabalho, o júri do concurso público, emitiram qualquer declaração.
Refira-se que a província de Benguela tem disponíveis 800 vagas, metade da cifra inicialmente avançada, mas as necessidades apontam para mais de cinco mil professores para o ensino geral.